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Regalias ameaçadas

Os veículos de incentivo são um complemento de ordenado há muito reconhecido oficiosamente pelas empresas. O seu principal propósito é simples, conseguir pagar menos ao empregado em questão, oferecendo-lhe o automóvel como regalia, com vantagens...

Regalias ameaçadas
05 de Maio de 2010 às 10:19
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A proposta de OE ameaça os carros de serviço, ao considerá-los parte do salário e, por isso, sujeitos a IRS


Os veículos de incentivo são um complemento de ordenado há muito reconhecido oficiosamente pelas empresas. O seu principal propósito é simples, conseguir pagar menos ao empregado em questão, oferecendo-lhe o automóvel como regalia, com vantagens fiscais e diluindo o custo com este empregado no montante pago à locadora.

Uma situação que, pelo menos por enquanto, vai sendo do agrado de ambas as partes. No entanto, a sua continuidade poderá estar dependente da entrada em vigor do novo regime fiscal de tributação, inserido na proposta do Orçamento de Estado para 2010, que passará a considerar estes veículos, de facto, como parte do salário auferido e, como tal, sujeitos a ser tributados em sede de IRS. Uma alteração que, a confirmar-se, irá desmotivar os empregados a concordarem com este tipo de remuneração, ou mesmo a passarem de um modelo mais prestigiante para um mais económico, por via do menor valor que este deduzirá nos seus salários.

Os chamados carros de serviço são muitas vezes um complemento de salário que a empresa oferece aos seus quadros.
Neste sector específico dos automóveis para os executivos e para os directores e quadros superiores de empresas, as marcas premium alemãs dominam face às restantes, com os modelos mais emblemáticos do segmento a serem os BMW Série 3 ou Série 5, os Audi A4 e A e os Mercedes Classe C e Classe E. Se pensarmos num nível superior, considerando presidentes e CEO, não se foge muito às mesmas marcas, com os BMW Série 7, Mercedes Classe S e Audi A8 a serem os mais vistos, com a única intromissão da Jaguar, com o XJ, por exemplo. Tal deve-se não só à posição ocupada pelo trabalhador em questão nos quadros empresariais, mas também, e talvez, primordialmente, aos valores de retoma mais elevados das propostas alemãs em relação aos modelos generalistas, que acarretam rendas mais baixas para estes modelos.

Isto acontece por uma razão simples: a imagem de status e prestígio que todas estas marcas possuem e a que as pessoas se querem ver associadas, faz aumentar a procura por estes modelos. Esta maior procura gera uma maior facilidade de escoamento de um modelo premium do que um modelo generalista no mercado de usados. Graças a esta menor desvalorização, as locadoras atribuem a estes modelos mais exclusivistas um maior valor residual - isto é, o valor que vale o automóvel, terminado o contrato de aluguer. Veja-se o caso de um estudo recente elaborado pela revista AutoMotor, em que um modelo Audi A4 2.0 TDIe, com um custo de 36.805 euros, valerá, no final do contrato, 20.807 euros. Por seu turno, um Ford Mondeo Trend EcoNetic, apesar de apresentar um custo de 31.260 euros, no final de um contrato de contornos semelhantes, valerá apenas 14.676 euros.




20.807 €
Valor residual de um Audi A4 2.0 TDi, com um preço de venda em novo de 36.805 €,
no final do contrato de AOV.

14.676 €
Valor residual de um Ford Mondeo Tren EcoNetic no final de um contrato, face a um preço
em novo de 31.260 €.





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