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Reestruturação da dívida de Vieira não tinha de passar pelo compliance, diz gestora do NB

Luísa Soares da Silva, do conselho executivo do Novo Banco, diz que a reestruturação de dívida da Promovalor é uma operação de crédito. Por isso, não teria de passar pelo departamento que garante o cumprimento das normas.

Tiago Petinga
02 de Junho de 2021 às 10:22
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A reestruturação da dívida da Promovalor, de Luís Filipe Vieira, não tinha de passar pelo departamento de compliance, afirma Luísa Soares da Silva, membro do conselho executivo do Novo Banco, no Parlamento. 

"A Promovalor era uma operação de reestruturação de crédito e, de acordo com as normas e procedimentos" do Novo Banco, o "compliance não tem que se pronunciar sobre operações de crédito", afirmou Luísa Soares da Silva aos deputados, esta quarta-feira, na comissão parlamentar de inquérito ao banco liderado por António Ramalho. 

"Não se pronunciou" sobre este processo "porque não havia lugar a parecer de compliance", disse. "Não houve falha nenhuma", frisou, garantindo que a comissão executiva "não se sobrepõe ao compliance", a quem compete garantir que todas as normas são cumpridas. 

A reestruturação da dívida do também presidente do Benfica foi analisada diversas vezes, referiu ainda Luísa Soares da Silva, e obteve todos os pareceres necessários.

Francisco Santos, antigo diretor do departamento de compliance do Novo Banco, afirmou, na sua audição, que o departamento não foi consultado pela administração quando foi negociada a reestruturação da dívida da Promovalor, em 2017, quando questionado pelos deputados sobre este tema. 

Com esta reestruturação, parte da dívida do grupo Promovalor, do também presidente do Benfica, passou a ser gerida pela então Capital Criativo (agora conhecida como C2 Capital Partners), fundada por Nuno Gaioso Ribeiro. Uma operação que despertou dúvidas ao Banco de Portugal, já que a Promovalor e Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira, foram acionistas minoritários da gestora.

Numa nota do regulador, com data de novembro de 2018, foi referido que havia "acionistas comuns" e "relações/interesses de índole comercial/profissional comuns" entre a Promovalor e a C2 Capital Partners. E sinalizou mesmo o facto de Tiago Vieira ter participações diretas em ambas as entidades. Ao mesmo tempo, Gaioso Ribeiro era, à data, vice-presidente do Benfica. O Fundo de Resolução pediu depois uma auditoria independente a esta reestruturação.

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