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Reestruturação da dívida de Vieira não tinha de passar pelo compliance, diz gestora do NB
Luísa Soares da Silva, do conselho executivo do Novo Banco, diz que a reestruturação de dívida da Promovalor é uma operação de crédito. Por isso, não teria de passar pelo departamento que garante o cumprimento das normas.
"A Promovalor era uma operação de reestruturação de crédito e, de acordo com as normas e procedimentos" do Novo Banco, o "compliance não tem que se pronunciar sobre operações de crédito", afirmou Luísa Soares da Silva aos deputados, esta quarta-feira, na comissão parlamentar de inquérito ao banco liderado por António Ramalho.
A reestruturação da dívida do também presidente do Benfica foi analisada diversas vezes, referiu ainda Luísa Soares da Silva, e obteve todos os pareceres necessários.
Francisco Santos, antigo diretor do departamento de compliance do Novo Banco, afirmou, na sua audição, que o departamento não foi consultado pela administração quando foi negociada a reestruturação da dívida da Promovalor, em 2017, quando questionado pelos deputados sobre este tema.
Com esta reestruturação, parte da dívida do grupo Promovalor, do também presidente do Benfica, passou a ser gerida pela então Capital Criativo (agora conhecida como C2 Capital Partners), fundada por Nuno Gaioso Ribeiro. Uma operação que despertou dúvidas ao Banco de Portugal, já que a Promovalor e Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira, foram acionistas minoritários da gestora.
Numa nota do regulador, com data de novembro de 2018, foi referido que havia "acionistas comuns" e "relações/interesses de índole comercial/profissional comuns" entre a Promovalor e a C2 Capital Partners. E sinalizou mesmo o facto de Tiago Vieira ter participações diretas em ambas as entidades. Ao mesmo tempo, Gaioso Ribeiro era, à data, vice-presidente do Benfica. O Fundo de Resolução pediu depois uma auditoria independente a esta reestruturação.