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Quem é o BPI que quer o Novo Banco?

A fusão do BES e do BPI não aconteceu no início da década passada. Mas os activos do BES podem vir a passar para o concorrente. O banco liderado por Fernando Ulrich é um dos que está na corrida pelo Novo Banco.

31 de Dezembro de 2014 às 19:37
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Os testes feitos pelo Banco Central Europeu à solidez financeira da banca europeia, cujos resultados foram conhecidos em Outubro passado, mostraram um Banco BPI com folga de capital. Uma folga útil para um banco que, desde a criação do nascido-para-ser-vendido Novo Banco, diz estar a analisar a oportunidade.

 

Este é um interesse que poderá unir o segundo e terceiro maiores bancos privados nacionais. Uma junção de negócios e actividades que não aconteceu no arranque do século quando não houve acordo entre os então presidentes executivos Ricardo Salgado e Artur Santos Silva para avançar com a fusão. Anos depois, o BES ainda interessa ao BPI.

 

"O BES é um grande banco, um bom banco, tem muitas coisas boas. Tem bons clientes. Pode ser uma excelente oportunidade", disse Fernando Ulrich, em Outubro de 2014. O Novo Banco é agora aquele que concentra os activos e passivos saudáveis do BES, pelo qual o BPI manifestou oficialmente interesse.

 

Para já, o BPI já absorveu alguns dos depósitos saídos, durante a crise do Verão, do BES. Mas a carteira de clientes, nomeadamente o leque de pequenas e médias empresas, interessa à equipa comandada por Ulrich.

 

Aliás, neste momento, o Novo Banco até poderá vir a ser uma ajuda para a própria manutenção de uma posição de controlo do BPI em Angola, onde está presente com o BFA. As novas regras europeias obrigam a contabilizar a exposição àquele mercado africano de uma forma mais penalizante. A aquisição do banco presidido por Eduardo Stock da Cunha seria uma forma de evitar essa pressão.

 

O presidente do BPI, cujo maior accionista é o espanhol La Caixa (que poderá ajudar numa operação de consolidação), já avisou que o Novo Banco não vale os 4,9 mil milhões de euros que aí foram injectados. De uma forma simplista, enquanto comprador, quer pagar o menos possível. Mas o BPI também é vendedor. O banco é um dos accionistas do fundo de resolução da banca, que sustenta a capitalização do Novo Banco (apesar de 3,9 mil milhões serem emprestados pelo Estado) – qualquer alienação abaixo dos 4,9 mil milhões terá de ser suportada pelo fundo de resolução, logo também pelo próprio BPI.  

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