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Quem é a Apollo que quer comprar o Novo Banco?
A Apollo adquiriu em Portugal a Tranquilidade. Perdeu a Axa Portugal. E volta à mesa de negociações com o Banco de Portugal para ficar com o Novo Banco. Quem é a Apollo?
Em Portugal é mais conhecida por ter adquirido a Tranquilidade ao Novo Banco. Agora pode voltar a juntar as duas parcelas: banco e seguradora. O Banco de Portugal voltou à mesa das negociações com a norte-americana Apollo para tentar vender o Novo Banco.
A Apollo falhou a compra da Fidelidade, da Caixa Geral de Depósitos, mas saiu, depois, vencedora da compra da Tranquilidade. Falhou também em Portugal a compra da Axa Portugal. E estará na corrida à Açoreana. Está também na corrida ao Novo Banco, tendo sendo a única a melhorar a oferta financeira antes de o Banco de Portugal ter iniciado negociações exclusivas com os chineses da Anbang que, entretanto, caíram.
Controlar o Novo Banco permitiria à Apollo gerar sinergias comerciais e operacionais com a seguradora, reconstruindo a área financeira do antigo Grupo Espírito Santo.
Através da Tranquilidade, a Apollo adquiriu, mais tarde, o restante capital da Advance Care. A aposta neste negócio levou ainda a gestora norte-americana a contratar Jan de Pooter, até ao final de Julho presidente da Ocidental, uma das maiores seguradoras portuguesas, para liderar a Tranquilidade.
Mas quem é a Apollo?
Fundada em 1990, a norte-americana Apollo assume-se como uma das maiores gestoras de fundos de investimento a nível mundial. A 30 de Junho deste ano os activos sob gestão totalizam 163 mil milhões de dólares. Tem 886 trabalhadores, sendo 331 profissionais de investimento. Tem mais de 15 escritórios em todo o mundo.
O sector financeiro continua a ser uma das apostas da gestora norte-americana e na Europa, a Apollo já foi à compra de bancos. O alemão BKB Bank, fundado em 1863, foi um dos mais recentes investimentos da Apollo Global Management, gestora norte-americana de fundos de "private equity". Desde 1 de Outubro do ano passado que a sociedade é um dos maiores accionistas do banco que o belga KBC tinha na Alemanha e que aposta no financiamento de PME.
Este foi o segundo banco que a Apollo adquiriu na Europa no espaço de dois anos, depois de em 2013 ter adquirido o EVO Banco, instituição que fazia parte do grupo espanhol NCG Banco, nacionalizado em 2012 na sequência da crise bancária espanhola.
Numa apresentação aos investidores, em Agosto, o fundo de investimentos, que tem uma capitalização bolsista superior a oito mil milhões de dólares, explica a sua estratégia de investimento: orientada para o valor analisando os ciclos e estruturas dos mercados de forma oportunística. Diz ter nove sectores-alvo, sendo o sistema financeiro um deles. Além deste assume interesse, e tem participações, na indústria química, distribuição, transportes e logística; media, cabo e lazer; embalagens e materiais; satélites e telecomunicações; indústria; e recursos naturais.
O objectivo é dentro de três a cinco anos ter sob gestão activos que totalizem 250 a 300 mil milhões de dólares, acrescentou a empresa liderada por Leon Black (na foto).