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Pós-moratórias é o "elefante na sala" para a banca nacional, diz a Fitch
Além do fim das moratórias, os bancos portugueses têm ainda de se preparar para cumprir os requisitos do MREL e continuar a adotar medidas de redução de custos.
Entre as principais prioridades para os próximos trimestres, "penso que o 'elefante na sala' será o período após o fim das moratórias", começa por dizer Rafael Quinta, responsável da Fitch, num webinar realizado esta sexta-feira sobre o sistema bancário português.
"Os bancos terão de lidar com o resultado de um período muito longo de suspensão de pagamentos", refere ainda, frisando que "foram 18 meses. É um período extremamente longo".
A agência de notação financeira considera ainda que a CGD, BPI e Santander Portugal "serão menos afetados do que os restantes bancos". Numa situação diferente está o Banco Montepio e o Novo Banco.
Já a segunda prioridade é a criação de "buffers" para responder aos requisitos do MREL [requisitos relativos a capitais próprios e ativos elegíveis no âmbito do enquadramento relativo à resolução bancária- Minimum Requirements for Own Funds and Eligible Liabilities], afirmou Rafael Quinta. "Alguns bancos já lá estão, mas para outros ainda há um longo caminho pela frente".
Quanto à última prioridade, o responsável da Fitch considera que deverá passar pela adoção de mais medidas de eficência de custos. Isto além da aposta na digitalização.
Medidas do Governo vieram "um pouco tarde"
Para acautelar o fim das moratórias, o Governo tem vindo a adotar várias medidas. O Estado vai dar uma garantia a 25% dos créditos em moratórias a empresas mais afetadas.
"O Governo introduziu algumas medidas para tentar resolver a situação das moratórias", referiu, por outro lado, Rafael Quinta, considerando que estas foram conhecidas "um pouco tarde".
Além disso, considerou que as condições para aceder a esta solução "são complexas", "não tendo a certeza se isto será um 'game changer'" no período pós-moratórias.
(Notícia atualizada com mais informação.)