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Portugueses “rebentam” cartão de crédito para garantir liquidez
Os pagamentos com recurso ao cartão de crédito dispararam desde o início do estado de emergência, em detrimento de meios como o PayPal e o MBway, com o valor médio de compras a crescer 61%, avança a “fintech” EuPago.
Desde o início do estado de emergência que os pagamentos com recurso ao cartão de crédito "explodiram", com os portugueses a preferir manter a liquidez para gastar com bens mais essenciais.
Os pagamentos com cartão de crédito estão a subir 3% a cada dois dias – "15,8% em 15 dias e deve ultrapassar os 32% até final da segunda fase do estado de emergência, em detrimento de meios mais utilizados até então como o PayPal e o MBway", avança a "fintech" EuPago, que fez uma análise a clientes de comércio eletrónico a atuar no mercado português.
"As pessoas estão a comprar muito, mas querem ‘segurar’ o dinheiro, e, claramente, o cartão de crédito deixou de ser um recurso residual nos sistemas de pagamento usado pelos portugueses para assumir uma curva de crescimento bastante acentuada", explica José Veiga, co-CEO da EuPago.
Nos primeiros 15 dias do estado de emergência, revela a EuPago, o valor médio de compras cresceu 61%, ou seja, de 25,54 para 40,94 euros.
Criada em 2015, a EuPago é uma instituição de pagamento acreditada e supervisionada pelo Banco de Portugal, especializada no apoio a pagamentos realizados pela internet com soluções que vão desde o "e-commerce" empresarial a vendas particulares, nomeadamente Payshop, Paysafecard, MBway, Paysafecash e débito directo, tendo desde julho começado a processar faturas de águas.
A tecnológica para a área financeira garante que, no ano passado, ultrapassou os sete milhões de transacções, correspondentes a 270 milhões de euros em volume transaccionado, com receitas para a empresa criada no Porto de 3,4 milhões de euros.
Para este ano, o objectivo da EuPago é superar os 10 milhões de transacções, "e os objetivos a médio prazo da empresa passam claramente pela expansão europeia".