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Portugal tem o sector empresarial que menos confia na capacidade de financiamento dos bancos

Portugal tem a percentagem mais elevada de desconfiança empresarial face à capacidade de financiamento do sector bancário, dos 31 países europeus que integram o estudo elaborado pela Intrum Justitia.

24 de Setembro de 2013 às 13:45
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86% das empresas nacionais não confia na capacidade dos bancos para prestarem apoio financeiro para o desenvolvimento dos seus negócios, de acordo com os dados do Índice de Risco 2013 elaborado pela Intrum Justitia.

 

As empresas portuguesas traçam um cenário negro para a economia do país, com 74% das entidades inquiridas a preverem perdas de lucros devido aos atrasos de pagamentos ou não pagamentos. 82% receia pela liquidez das suas empresas, enquanto que 66% acredita que os atrasos têm impedido o crescimento das mesmas.

 

A quase totalidade dos directores financeiros, cerca de 94%, afirma que os atrasos dos pagamentos se devem às dificuldades financeiras dos seus clientes, ao passo que 85% acredita estes vão aumentar no futuro.

 

Quando inquiridos sobre o papel do Governo na ajuda às empresas, 85% afirma que o Executivo não está a fazer tudo para ajudar as entidades a protegerem-se contra os atrasos nos pagamentos.

 

Ao nível dos incobráveis, Portugal também está na cauda da Europa, com a percentagem a aumentar de 3,6% para 3,9%, face à média europeia de 2,8%. Já os créditos que têm de ser reconhecidos como incobráveis registaram um aumento de 2,8% para 3%, ou seja mais 7,14%.

 

Pela positiva, os dias de atraso nos pagamentos diminuíram nas empresas e nas entidades públicas e estabilizaram nos consumidores.

 

No topo das acções mais importantes tomadas pelas empresas em tempo de crise estão o trabalho activo nas contas a receber (32%), o atraso no pagamento das facturas (17%), e a negociação de pagamentos mais dilatados com os fornecedores (16%).

 

Quanto às prioridades dos gestores no pagamento de facturas quando há menos dinheiro disponível, a maioria afirmou que primeiro paga o que deve ao sector público, nomeadamente água, gás e electricidade, e também impostos. De seguida opta por amortizar e pagar os juros vencidos aos bancos, e ainda no topo, preocupação com a liquidação das dívidas ao fornecedor mais importante.

 

Luis Salvaterra, director-geral da Intrum Justitia Ibérica, salienta que “os países que ocupam as primeiras posições deste ranking de desconfiança são Portugal (86%), a Grécia (84%) e Chipre (82%). Apenas as empresas alemãs, norueguesas e polacas estão optimistas e têm mais confiança na capacidade dos bancos para darem apoio financeiro”, afirma o responsável.

 

Segundo o relatório, há uma tendência para um aumento da desconfiança face ao ano anterior. Os casos mais notórios são os da Irlanda e da Eslovénia, onde a desconfiança das empresas nos bancos passou de 53% para 78% e de 52% para 73%, respectivamente. Também no Reino Unido o aumento foi assinalável, tendo passado de 49% para 63%.

 

(Notícia actualizada às 16h39 com mais informação do relatório)

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