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Portugal justifica quebra de lucros do Bankinter

Os resultados extraordinários do ano passado, ano em que o Bankinter comprou a operação de retalho do Barclays em Portugal, dificultam a comparação com as contas deste ano. A operação nacional gerou lucro de 18 milhões.

Bruno Simão/Negócios
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O lucro do Grupo Bankinter deslizou 6% nos primeiros nove meses do ano face ao mesmo período do ano passado, numa evolução que foi penalizada pela operação em Portugal, segundo os resultados divulgados esta quinta-feira, 26 de Outubro.

 

O grupo liderado por María Dolores Dancausa (na foto) obteve um resultado líquido de 376 milhões de euros, que compara com o lucro de 400 milhões do período entre Janeiro e Setembro do ano passado.

 

Excluindo o negócio em Portugal, os resultados do Bankinter teriam crescido 15%, de 311,9 milhões para 358 milhões. Sendo assim, a operação nacional, que teve início em Abril do ano passado, apurou um resultado líquido de 18 milhões de euros, comparáveis aos perto de 88 milhões homólogos, de acordo com cálculos do Negócios (o grupo não revela qual o lucro da operação em Portugal no comunicado de resultados).

 

O Bankinter justifica a evolução negativa do resultado líquido em Portugal ao dizer que "há que considerar que no segundo trimestre do ano passado foram contabilizados resultados extraordinários decorrentes da compra da operação de retalho do Barclays em Portugal, e que desde esse trimestre se incluem nos resultados do grupo os dados da actividade em Portugal, o que impede uma comparação estritamente homóloga".

 

Em causa está o impacto no resultado líquido dessa contabilização, já que o produto bancário da operação portuguesa (base de receitas, que junta a margem, as comissões líquidas e os resultados de operações financeiras) aumentou. Esta rubrica passou de 54 milhões, até Setembro de 2016, para 102 milhões, no mesmo período deste ano. Já os custos operacionais foram de 64 milhões, levando, após o impacto das imparidades, a um resultado antes de impostos de 24,8 milhões.  

 

A evolução do produto bancário em Portugal acompanhou o grupo espanhol: a rubrica cresceu 9,7% para 1.242 milhões. A actividade portuguesa, que é liderada por Alberto Ramos após a saída de Carlos Brandão, contribuiu, no período em análise, para 7% do produto bancário alcançado pelo Bankinter.

 
Crédito e depósito cresce em Portugal

"No que se refere ao negócio do Bankinter Portugal, os recursos de clientes [sobretudo depósitos] atingiram a 30 de Setembro os 3.800 milhões de euros, mais 8% que há um ano. O crédito concedido ascende a 4.700 milhões de euros, o que representa um crescimento de 7% no mesmo período", indica o comunicado da instituição financeira.

 

Na mesma nota à imprensa, o banco liderado por Dancausa transmite tranquilidade em relação à sua solvência: "O Bankinter conclui Setembro com um rácio de capital CET1 ‘fully loaded’ de 11,5%, e de 11,82% em CET1 ‘phased-in’, melhorando em 20 pontos base os dados do último trimestre e, uma vez mais, muito acima das exigências do BCE aplicáveis em 2017 para o Bankinter, que se situam nos 6,5%, as mais baixas da banca em Espanha".

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