Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Paz Ferreira: “Não creio que o BdP tenha ligado muito aos relatórios”

Eduardo Paz Ferreira, ex-presidente da comissão de auditoria da CGD, garante ter cumprido o seu papel ao alertar o Banco de Portugal para os riscos detetados através dos relatórios enviados. Documentos a que o regulador "não ligou muito".

Lusa
03 de Abril de 2019 às 21:41
  • ...

Eduardo Paz Ferreira, ex-presidente da comissão de auditoria da Caixa Geral de Depósitos (CGD), garante ter feito a sua parte no banco estatal ao alertar o Banco de Portugal para os riscos através dos relatórios que eram enviados pela entidade que liderava. Documentos a que o supervisor "não ligou muito". 

Questionado pela deputada do PSD Conceição Bessa Ruão sobre como vê o facto de o Banco de Portugal não ter lido os relatórios realizados pela comissão de auditoria, Paz Ferreira disse "não se sentir pessoalmente insultado se isso aconteceu". Mas, sim, "preocupado, isso é evidente". E continuou: "Não creio que o Banco de Portugal tenha ligado muito a estes relatórios". 

De acordo com o responsável, o "conselho fiscal era responsável pela elaboração de três documentos fundamentais: um relatório trimestral dirigido ao acionista, um relatório anual sobre o sistema de controlo interno ao Banco de Portugal e um parecer sobre o relatório e contas anual da sociedade". Era este o trabalho da comissão de auditoria e do conselho fiscal, afirmou. O resto - a fiscalização - cabia ao conselho de administração, ao regulador e aos governos.

"O conselho fiscal não tem de apreciar a bondade das operações à luz dos critérios económico-financeiros", sendo o conselho de administração a "principal fonte de fiscalização", relembrou Paz Ferreira.

Ainda sobre a entidade liderada por Carlos Costa, disse que o "o órgão de supervisão foi especialmente omisso", com a integração no Banco Central Europeu a desviá-lo "de zonas fundamentais para se tornar numa espécie de gabinete de estudos".

Já por parte da tutela, não houve respostas. Questionado pelo deputado do PCP Duarte Alves sobre a reação do acionista único aos alertas emitidos pelo conselho fiscal e pela comissão de auditoria da CGD, Eduardo Paz Ferreira afirmou ser "difícil dar uma resposta segura" sobre o tema, mas considerou que os vários governos não davam uma resposta "muito evidente".

Os governos, disse, "teriam uma ideia de 'deixar correr a ver se se aguenta'". Isto apesar das 49 observações quanto ao sistema de controlo de risco da instituição financeira assinaladas pela comissão de auditoria.

Ver comentários
Saber mais banca CGD auditoria comissão de inquérito EY
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio