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Novo regulador polaco quer reduzir encargos dos bancos com créditos

A Polónia volta a discutir esta semana a solução para os créditos indexados ao franco-suíço. Alterar o diploma em discussão pode diminuir o encargo a enfrentar pela banca. É isso que quer o novo líder do regulador financeiro.

Reuters
17 de Outubro de 2016 às 08:55
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A autoridade de supervisão financeira da Polónia (KNF) quer reduzir os encargos que os bancos polacos podem enfrentar na resolução dos problemas dos clientes com créditos à habitação indexados aos créditos suíços. Há mais de um ano que este tem sido um assunto na banca polaca, onde marca presença o Millennium Bank, detido em 50,1% pelo BCP.

 

A consideração é feita pelo novo presidente da KNF, Marek Chrzanowski, que assumiu funções na semana passada e que teve uma conversa com jornalistas na passada quinta-feira, hoje tornada pública.

 

Segundo Chrzanowski, o diploma que está em cima da mesa tem de ser alvo de modificações, seguindo as sugestões feitas pelo banco central (na Polónia, o banco central e o supervisor são entidades distintas, ao contrário do caso português).

 

No final da semana passada, foi noticiado que os bancos polacos poderiam enfrentar custos na ordem dos 9,3 mil milhões de zlotys, 2,15 mil milhões de euros ao câmbio actual. O valor consta de uma proposta que ainda aguarda a sua publicação enquanto lei e que será discutida no Parlamento na sexta-feira.

 

Só que Chrzanowski defende, na entrevista divulgada pela Bloomberg, que ao ajustar o diploma às sugestões do banco central polaco, o encargo para os bancos vai diminuir, passando para 4 mil milhões de zlotys (927 milhões de euros). "Queremos evitar quaisquer desequilíbrios e volatilidade que possam destabilizar o sistema bancário"

 

Esta questão coloca-se porque, na Polónia, cerca de 500 mil polacos contraíram créditos à habitação indexados ao franco suíço, esperando beneficiar das baixas taxas que então se praticavam naquele país. Contudo, a moeda suíça duplicou de valor face ao zloty aumentando consideravelmente os custos das famílias. 

Segundo a Bloomberg, a legislação em causa resulta de um compromisso do presidente polaco Andrzej Duda e o governador do banco central. A nomeação de Chrzanowski para o supervisor traz, que foi um antigo assistente do governador Adam Glapinski parece mostrar, de acordo com a leitura da agência de informação, um entendimento mais fácil para a resolução deste problema. Segundo o líder da KNF, esta é a única fragilidade do sector polaco por resolver. 

A Reuters refere que o Bank Millennium é, a par da unidade do Santander e do banco do Commerzbank no país, um dos que sente um maior peso da carteira de créditos em francos-suíços.

As acções do Millennium Bank acumulam a quarta sessão consecutiva de quedas e seguem esta segunda-feira a recuar 0,17% para 5,76 zlotis. Já em Lisboa o BCP está do lado dos ganhos, somando 0,81% para 0,0155 euros.


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