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Novo Banco avança com depósitos e obrigações para 6.000 emigrantes "lesados"

Stock da Cunha sai do Novo Banco com a questão dos emigrantes clientes do BES resolvida, na sua perspectiva. 80% dos clientes elegíveis aceitaram a proposta comercial feita, que permite a recuperação de 90% do capital investido em seis anos.

Bruno Simão/Negócios
28 de Junho de 2016 às 18:47
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O Novo Banco considera concluída a solução comercial que destinou para os emigrantes que eram clientes do Banco Espírito Santo e sucursais e que, aos seus balcões, compraram instrumentos financeiros que ficaram sediados em paraísos fiscais.

 

"Os clientes que aderiram às soluções comerciais apresentadas aos detentores de acções preferenciais representaram cerca de 80,8% do total de clientes elegíveis", indica o comunicado publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

São 6.000 clientes do grupo de mais de 7.000 que se descobriu com acções preferenciais de vários veículos que continham obrigações que, na resolução, foram transferidas para o Novo Banco. Agora, depois de em Maio ter já liquidado um veículo (Euro Aforro 8), avançou-se com a implosão dos restantes, permitindo a implementação da solução. Neste momento, os detentores de acções preferenciais dos antigos veículos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro já estão a receber estes produtos.

"Foi finalizado o processo de implementação da solução comercial dos restantes veículos acima referidos, tendo os clientes que aderiram à solução comercial recebido as obrigações seniores do Novo Banco e sido constituídos os respectivos depósitos a prazo", indica o comunicado à CMVM. Nesta solução, os clientes passam a ter um depósito a prazo, não mobilizável por dois anos, a que se juntam as obrigações retidas dos veículos e ambos têm um valor global de 60% do capital investido. Haverá depois um outro depósito que permite a recuperação de até 90% do investimento feito pelos clientes não residentes do BES. A recuperação é possível em seis anos.

  

Esta possibilidade foi aberta porque os clientes aceitaram a alteração dos estatutos dos veículos, permitindo a sua implosão. "Os clientes que não aderiram à solução comercial e que, por sua opção, não exerceram a opção de liquidação em espécie das acções preferenciais (que resulta da alteração aos estatutos entretanto efectuada), poderão fazê-lo nos anos seguintes, de acordo com o disposto no ‘Solicitation Memorandum’ e nos estatutos, sem solução comercial associada, sendo esse evento comunicado após a sua divulgação pelo respectivo emitente". 

Era suposto que a solução tivesse sido concretizada em Abril mas houve um adiamento até Junho. 

Novo Banco dá solução por terminada

 

Havia 700 milhões de euros investidos nestes veículos, sendo que a solução diz respeito a aplicações em torno de 500 milhões de euros. Há clientes que não aceitaram a proposta, tendo em conta que não assegurava o retorno da totalidade do capital investido, e que optaram por ir para tribunais ou que tentam negociar uma alternativa, como no caso do papel comercial (há dois veículos - EG Premium e no Euroaforro 10 - que não foram desmantelados porque o Credit Suisse, que tinha montado os outros, não admitiu qualquer responsabilidade nestas operações). 

 

O Novo Banco dá por concluída esta solução comercial, que não foi aceite por 20% dos visados, antes da saída, já anunciada, de Eduardo Stock da Cunha, - "[está] agora concluída a implementação da solução comercial apresentada pelo Novo Banco".

O gestor, que vai regressar para o Lloyds, sempre defendeu ter conseguido resolver os problemas herdados do BES (gestão discricionária de carteira e série comerciais). Apenas o papel comercial ficou por solucionar já que, ao contrário do antecessor Vítor Bento, Stock da Cunha sempre recusou a responsabilidade do Novo Banco no pagamento destes títulos de dívida da ESI e da Rioforte (com o apoio do Banco de Portugal) - há agora já uma proposta por parte de um grupo em que o banco não participou. 

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