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Novo Banco: BE diz que basta de "lavar bancos privados com dinheiro público"

A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou hoje, a propósito do caso do Novo Banco, que basta de "lavar bancos privados com dinheiro público" e que o "dinheiro público têm de ter controlo público".

06 de Março de 2019 às 14:59
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Questionada pelos jornalistas sobre a separação que ocorreu em 2014 do BES e sobre o PSD querer ouvir o antigo primeiro-ministro Passos Coelho e a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, Catarina Martins defendeu que a decisão acertada que devia ser colocar em marcha "é que os bancos que tenham dinheiro público têm de ter controlo público".

 

"Chega de lavar bancos privados com dinheiro público. Chega de retirar recursos à nossa economia, aos nossos serviços públicos, a quem trabalha e paga tantos impostos para estar sempre a dar mais e mais a um sistema financeiro descontrolado", declarou Catarina Martins, à margem de um encontro com investigadores precários da Universidade do Porto.

 

A líder bloquista disse achar "muito bem" que sejam feitas "todas as perguntas", assim como devem ser exigidas "todas as respostas".

 

"Lembramos, no entanto, que o Bloco de Esquerda disse desde o primeiro momento que tanto a resolução do BES, como a venda do Novo Banco foram erradas. Não nos limitámos a dizer que estavam erradas, propusemos soluções alternativas e nunca demos o nosso voto para que esta situação pudesse existir", referiu, acrescentando que gostariam de ter "estado errados", mas que não estavam.

 

Segundo Catarina Martins, a resolução do BES foi "mal feita", tal como foi mal feita "a venda do Novo Banco à Lonestar", e, por isso, é preciso "tirar conclusões".

 

O primeiro-ministro defendeu hoje que, na separação que ocorreu em 2014 entre o BES, o chamado "banco mau", e o Novo Banco, então chamado "banco bom", o que se verificou foi a divisão entre "banco mau e banco péssimo".

 

Questionado pelos jornalistas à margem da posse da nova presidente do Conselho das Finanças Públicas, no parlamento, em Lisboa, António Costa defendeu que solução encontrada para a venda do Novo Banco em 2015, através de um fundo de resolução, "foi equilibrada", porque permitiu evitar outras mais penalizadoras para os contribuintes, como a nacionalização ou a liquidação.

 

"Eu creio que desde a data da resolução em 2014 todos temos o dever de não estar surpreendidos com o que venha a acontecer com o Novo Banco: ficou claro qual era o estado da instituição financeira e tudo aquilo que aconteceu desde então tem percebido perceber que quando se fez a separação entre o chamado banco mau e o chamado banco bom, verdadeiramente o que ficámos foi com um banco mau e um banco péssimo", apontou, referindo-se à operação realizada ainda na vigência do anterior Governo PSD/CDS-PP.

 

Questionado sobre que período incidirá a auditoria que o Governo já anunciou ao Novo Banco, António Costa respondeu que será sobre a fase anterior à resolução da instituição, até porque o período seguinte foi conduzido pelo Banco de Portugal.

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