Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Negociações suspensas entre direcção e sindicatos na CGD-França  

As negociações entre a direcção da sucursal francesa da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e os sindicatos estão suspensas e a Intersindical FO-CFTC promete que vai "continuar a luta".

'A Caixa encara o RGPD como uma primeira etapa do Mercado Único Digital no âmbito do qual se quer posicionar para assegurar a manutenção da confiança dos seus Clientes e dos seus parceiros de negócio. O RGPD constitui um desafio exigente que passa por uma análise das práticas e procedimentos internos em matéria de protecção de dados pessoais, de modo a assegurar que todos os tratamentos de dados a que procede estão conformes com os requisitos legais. Toda a estrutura interna da CGD está sob escrutínio com vista a adoptar as medidas técnicas e organizativas adequadas e que se revelem ainda necessárias para assegurar a conformidade com o RGPD.
Trata-se de um processo ainda em curso que decorreu (e decorre) em paralelo com outras obrigações regulatórias recentes do sector bancário (ex: DMIF II, PRIPS, crédito hipotecário), também muito exigentes até em termos de formação dos colaboradores, pelo que se está a convergir para assegurar o cumprimento quando o RGPD estiver plenamente em vigor em 25.05.2018.
Nomeámos recentemente uma Data Protection Officer que é quadro sénior da instituição e que tem uma visão transversal do Grupo com base na sua experiência profissional anterior. Não é fácil conseguir reunir num DPO os requisitos exigidos pelo RGPD, pelo que essas competências têm de ser asseguradas através de formação específica, da estrutura de apoio à função e do espírito e trabalho de equipa de toda a instituição. O envolvimento e compromisso de todos os colaboradores é essencial. O RGPD aponta para que o valor da remuneração esteja alinhado com as responsabilidades inerentes ao exercício da função.
A CGD está a desenvolver todos os esforços para esse efeito, sendo certo que maio de 2018 marca o ponto de partida para uma nova era de protecção de dados em todos os Estados-Membros da União, que passará a contar com uma nova autoridade para a protecção de dados: o Comité Europeu de Protecção de Dados.
Como todas as alterações que implicam mudança de mentalidades e de hábitos, os desafios radicam na consciencialização dos direitos relativos à protecção de dados pessoais por parte dos respectivos titulares e na compreensão do novo enquadramento legal, em que o modelo de relacionamento com a autoridade de controlo também foi alterado.
O compromisso com o fomento de uma cultura de protecção de dados efectiva é algo que a CGD pretende que seja elemento diferenciador e merecedor da preferência dos seus Clientes e demais stakeholders'.
24 de Julho de 2018 às 14:47
  • ...

A intersindical FO-CFTC e a comissão de negociação dos trabalhadores "não aceitaram a proposta apresentada pela direcção" durante as negociações na presença de um mediador nomeado pelo Tribunal de Grande Instância de Paris, explicou à Lusa Cristina Semblano, porta-voz da intersindical.

 

"Consideramos que essa proposta não oferecia garantias suficientes, atendendo à incerteza que paira no ar no que diz respeito ao futuro da sucursal de França da CGD e, sobretudo, não podíamos de forma alguma aceitar a moeda de troca que a administração colocou em cima da mesa", afirmou.

 

Cristina Semblano disse que "a moeda de troca" era "renunciar às acções judiciais em curso ou vindouras contra a CGD", nomeadamente "a renúncia em obter as atas dos conselhos de administração desde 2013 e todas as informações conexas a essas actas".

 

A entrega desses documentos foi ordenada pelo Tribunal de Grande Instância de Paris, a 26 de Junho, numa decisão em que a justiça francesa indeferiu o pedido da intersindical FO-CFTC e da comissão de trabalhadores de terem acesso ao Plano industrial de 2013 e ao Plano de Reestruturação de 2016 da Caixa Geral de Depósitos.

 

A porta-voz da intersindical acrescentou que vai "continuar a luta" ao nível judiciário, nomeadamente com o recurso apresentado para a obtenção do Plano industrial de 2013 e do Plano de Reestruturação de 2016 "que contém informação sobre o futuro da sucursal de França" e com "acções que vão entrar no que diz respeito a problemas que se estão a passar no pós-greve, com trabalhadores que estão a ser vítimas de discriminação e mesmo de assédio".

 

Questionada sobre se vai haver novas manifestações e uma outra greve, depois da paralisação que durou de 17 de Abril a 30 de Junho e que foi acompanhada por dez protestos nas ruas de Paris, Cristina Semblano referiu que a decisão será tomada pelos trabalhadores em assembleia-geral na segunda quinzena de Setembro.

 

Os dois meses e meio de greve não foram apoiados pelos sindicatos CGT e CFDT que, no âmbito das negociações, "estavam dispostos a assinar o protocolo de fim de conflito porque as reivindicações foram satisfeitas", disse à Lusa Carmen Camp, delegada sindical da CFDT.

 

A sucursal em França da CGD tem 48 agências e mais de 500 trabalhadores.

 

A redução da operação da CGD fora de Portugal (nomeadamente Espanha, França, África do Sul e Brasil) foi acordada em 2017 com a Comissão Europeia como contrapartida da recapitalização do banco público.

 

Em maio, o presidente da CGD, Paulo Macedo, afirmou querer manter a operação da CGD em França e adiantou que está a negociar isso com as autoridades europeias.

 

A redução da operação da CGD acordada com a Comissão Europeia passa também pelo fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, 70 dos quais encerram ainda este ano.

 

Em 2017, fecharam 67 balcões, pelo que, com o encerramento destas 70 agências, a CGD terá ainda de fechar mais 43 balcões nos próximos dois anos.

 

Ver comentários
Saber mais Caixa Geral de Depósitos Plano de Reestruturação Tribunal de Grande Instância de Paris Cristina Semblano Comissão Europeia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio