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"Não sei quem são os últimos beneficiários" nas carteiras do Novo Banco, diz presidente da FinSolutia

Nuno Espírito Santo, presidente da FinSolutia, empresa que está a gerir algumas das carteiras com ativos imobiliários vendidas pelo Novo Banco, diz conhecer os acionistas das empresas portuguesas que ficaram com estes ativos. Mas não os beneficiários últimos.

António Cotrim
04 de Maio de 2021 às 12:15
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Nuno Espírito Santo, presidente da FinSolutia, empresa que está a gerir algumas das carteiras mais polémicas vendidas pelo Novo Banco, diz não saber quem são os últimos beneficiários destas operações, apenas quem são os acionistas das empresas nacionais (em nome de fundos internacionais) que as adquiriram. Garante que as vendas feitas pelo banco são idênticas às de outras instituições financeiras em Portugal e lá fora.

A Finsolutia, fundada e presidida por Nuno Espírito Santo, primo do antigo líder do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, está a gerir portefólios com ativos imobiliários vendidos pelo Novo Banco a entidades nacionais detidas por fundos estrangeiros, como é o caso da Cerberus ou da Anchorage. 

Questionado pelo deputado do PCP, Duarte Alves, sobre se conhecia os beneficiários últimos destas transações, Nuno Espírito Santo afirmou que a empresa realiza, nos processos de contratação, o chamado "know your customer", entre outras análises. E que, após isto, "considerámos que cumpriam os requisitos para podermos assinar os nossos contratos" com as empresas sediadas em Portugal.


"Trabalha com a Anchorage, fez 'due diligence' e sabe que os investidores não violam as regras", mas não pode "garantir que não há partes relacionadas com a Lone Star?", insistiu Duarte Alves. 

"Não sei responder. Não tenho factos que possam garantir isso", respondeu o fundador da FinSolutia e que passou também pela ESI. 

"Não sei quem são so últimos beneficiários. São quem são os acionistas das [empresas] portuguesas", disse depois a João Cotrim Figueiredo, deputado da Iniciativa Liberal.

Nuno Espírito Santo assegurou que "as transações que tenho visto no Novo Banco são idênticas a outros 'players' no mercado", não "vendo uma prática diferente entre o Novo Banco e o que se faz em Portugal, noutros bancos, e na Península Ibérica".

"As carteiras do Novo Banco representam 15% dos ativos que gerimos. Temos um mundo além do Novo Banco", referiu, notando que a "atividade é muito mais abrangente".
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