O escritório de advogados Morais Leitão assessorou, juridicamente, a venda do Novo Banco Ásia aos chineses da Well Link numa operação cujo valor de alienação continua a ser secreto.

Na operação, o escritório português trabalhou com uma sua parceira: "A Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva (MLGTS) e o membro da China/Macau da rede internacional da MLGTS (MLGTS Legal Circle) - MdME - assessoraram o Novo Banco na venda da sua unidade de Macau".

No comunicado em que informa deste trabalho, a Morais Leitão, nesta operação liderada por Rui Pinto Proença e representada ainda por Luís Branco, defende que a assessoria jurídica "reflecte a grande capacidade de assessoria cross-border [transfronteiriça] entre a Ásia e os países de expressão portuguesa da rede MLGTS Legal Circle, da qual a MdME é parte desde 2010".

"A concretização da transacção resultará na venda da totalidade do capital social do Novo Banco Ásia ao grupo Well Link, com sede em Hong Kong", indica o comunicado, sem falar de valores. Faltam ainda autorizações dos reguladores para ser finalizada. 

O próprio Novo Banco, capitalizado através do Fundo de Resolução que recebeu 3,9 mil milhões de euros do Estado, não revelou o valor do negócio. Diz apenas que "a conclusão da transacção nos termos ora acordados terá um impacto positivo significativo no [seu] rácio de capital ‘common equity tier one’".

O Negócios questionou a instituição de que Eduardo Stock da Cunha saiu como presidente executivo para dar lugar a António Ramalho (que ainda aguarda aprovação regulatória) sobre a assessoria financeira desta transacção mas ainda não recebeu resposta.

A Morais Leitão cruza-se com o Novo Banco depois de ter estado a fazer a assessoria jurídica da Apollo no concurso internacional de venda do banco no ano passado.