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Moody’s: Saída da CGD é positiva para o sul-africano Mercantile Bank

A venda do banco que a Caixa tem na África do Sul é uma das prioridades da instituição financeira. A Moody’s considera que o Mercantile Bank tem a ganhar com isso. Mas a comunidade já se queixou desta decisão.

Miguel Baltazar/Negócios
16 de Março de 2017 às 15:59
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A Caixa Geral de Depósitos quer vender o seu banco na África do Sul. Na opinião da Moody’s, esta é uma decisão que beneficia a instituição financeira detida pelo banco português naquele país.

 

"O desinvestimento faz parte do plano de reestruturação das operações internacionais não centrais da CGD e vai beneficiar o Mercantile, tendo em conta que elimina o risco de contágio face à reduzida classificação da Caixa", indica a agência de notação financeira esta quinta-feira, 16 de Março.

 

A instituição portuguesa tem um "rating" de "B1", com perspectiva negativa, enquanto o Mercantil tem uma notação de "Ba3", com perspectiva estável. Ambas são classificações especulativas, ainda que a do banco sul-africano seja um nível mais elevado. "Esperamos que o comprador da posição da CGD esteja melhor posicionado para apoiar o crescimento do Mercantile", nota a Moody’s, dizendo que a Caixa tinha uma reduzida capacidade para capitalizá-lo.

 

Na semana passada, Paulo Macedo anunciou que a venda do negócio da África do Sul é uma prioridade, a par do banco que a Caixa tem em Espanha. 

 

Apesar disso, a saída da CGD não é imediata: deverá demorar 12 meses, o que poderá trazer "alguns desafios de financiamento" ao banco sul-africano.

 

O impacto da saída da entidade portuguesa é positivo mas a Moody’s lembra que a integração entre a CGD e o Mercantile é "limitada", até porque a influência sobre a administração do banco sul-africano é reduzida, já que a Caixa nomeia apenas o "chairman". Segundo a Moody’s, não havendo dependência de financiamento directa do banco público por parte da instituição de África do Sul, há relações com as subsidiárias de Macau.

 

Segundo o relatório e contas da CGD, o Mercantile contribuiu com 10,8 milhões de euros em 2016, um aumento de 4,9% em relação ao ano anterior. Foi o quarto maior contributo líquido no exercício do ano passado, atrás de Macau, Angola e Espanha. O contributo da actividade internacional foi de 55,7 milhões num ano em que, por conta das imparidades, a Caixa obteve prejuízos de 1.859,5 milhões. 

A comunidade sul-africana já reagiu, em declarações à Lusa, à intenção de venda da unidade sul-africana: "Vão tirar-nos a última bandeira que temos aqui, qualquer dia tiram a embaixada e o consulado e não fica mais nada".

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