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Montepio fecha primeiros nove meses com prejuízos de 67,5 milhões de euros

O Montepio continuou em zona de prejuízos nos primeiros nove meses. Ainda assim, o lucro trimestral de 144 mil euros ajudou a limitar as perdas. A rubrica de impostos também colocou um travão ao resultado negativo.

Bruno Simão/Negócios
17 de Novembro de 2016 às 20:01
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Tal como aconteceu com o Novo Banco, o Montepio conseguiu apresentar um lucro residual entre Julho e Setembro. Estes meses do Verão permitiram assim atenuar as perdas da caixa económica nos primeiros nove meses do ano. O prejuízo, neste período, foi de 67,5 milhões de euros.

 

"O resultado líquido do 3.º trimestre de 2016 fixou-se em 144 milhares de euros, permitindo que o resultado acumulado dos primeiros 9 meses do ano estabilizasse em -67,5 milhões de euros, face ao registado no final do 1.º semestre de 2016", indica o comunicado divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

O prejuízo registado entre Janeiro e Setembro deste ano, de 67,5 milhões, é, ainda assim, superior ao resultado líquido negativo de 59 milhões de euros alcançado no mesmo período do ano passado.

 

A base dos resultados da caixa económica sob o comando de José Félix Morgado (na foto) melhorou. A margem financeira, que corresponde à diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos, subiu 10% para 201 milhões de euros, que a instituição atribui ao "repricing e à redução da dívida emitida".

 

Nos rendimentos do Montepio, as comissões líquidas avançaram 0,5% mas, no campo dos resultados de operações financeiras, o desempenho foi reduzido já que, no ano passado, as contas beneficiaram de 76,6 milhões de euros obtidos com a venda de dívida pública portuguesa, o que penaliza a comparação. 

Produto cai 24%

 

Assim, o produto bancário da caixa económica deslizou 24% para 286 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Já os custos foram pressionados pela inclusão dos 32 milhões de euros que custou o "processo de redimensionamento" do Montepio, que visou redução de pessoal e corte de balcões. Os encargos com pessoal ficaram em 176 milhões até Setembro. 


"As dotações para imparidades de crédito decresceram 36,2%", sublinha o banco. A rubrica situou-se em 129 milhões de euros em Setembro de 2016. Já a rubrica de impostos diferidos ajudou também a aliviar as perdas. 

 

Os rácios de capital da instituição, beneficiando do aumento de capital de Março, melhoraram face a Dezembro. O rácio Common Equity Tier 1, segundo as regras actualmente em vigor, subiu de 8,82% para 10,43%. 

Em termos de balanço, e em relação a Setembro de 2015, o crédito a clientes bruto decresceu 3,5% para 15,4 mil milhões de euros ao passo que os depósitos de clientes subiram 0,3% para 12,6 mil milhões de euros. 


(Notícia actualizada às 20:37 com mais informações)
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