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Maya: “A evolução nos próximos trimestres permitirá comprovar o valor do BCP”
O presidente do BCP realça que as ações do banco têm sido penalizadas pela conjuntura internacional e está convicto que, “a seu tempo”, os mercados vão reagir melhor.
As ações do BCP têm vindo a renovar mínimos consecutivamente, ainda esta terça-feira chegaram a tocar nos 0,1934 euros, um valor que já não se observava desde setembro de 2017.
Em julho os títulos chegaram a tocar num máximo de maio de 2018, mas o acentuar da perspetiva de uma política de juros baixos por mais tempo e os resultados do primeiro semestre – que trouxeram previsões para as margens – acabaram por ditar a queda das ações para mínimos de 2017.
Miguel Maya, presidente do BCP, explica, em declarações ao Eco e à agência Lusa, que a grande justificação para esta evolução é a conjuntura internacional. "A ação do Millennium BCP tem reagido de forma muito intensa à alteração da perceção dos mercados sobre as implicações para o setor bancário de uma conjuntura macroeconómica, caracterizada pela elevada imprevisibilidade e marcada pelo arrefecimento do crescimento económico mundial, pelas fortes tensões comerciais globais, pela maior probabilidade de um hard Brexit e pela crise política em Itália".
Miguel Maya salienta que "o agravar das incertezas macroeconómicas e a perspetiva de manutenção de taxas de juros negativas por um período de tempo ainda mais lato, fizeram alterar o sentimento dos mercados relativamente à rendibilidade do setor financeiro em geral e do Millennium BCP em particular, que sendo o único banco cotado em Portugal, centraliza a atenção nas correções."
Ainda assim, o responsável está confiante que "a evolução nos próximos trimestres permitirá comprovar o valor do Millennium BCP e os mercados farão, a seu tempo, uma apreciação menos marcada pelas incertezas macroeconómicas do presente."
Maya está "convicto que as principais metas do plano estratégico (2018-2021) que apresentámos ao mercado serão cabalmente cumpridas, não obstante a maior complexidade do enquadramento macroeconómico, pois a capacidade de entrega das equipas do banco e o reforço da dinâmica comercial que temos vindo a apresentar ao mercado, trimestre após trimestre, permitirá compensar a perda de receitas decorrente das pressões sobre a margem financeira."
E admite estar a fazer "ajustes", ainda que não adiante pormenores sobre os mesmos, sublinhando que apesar da conjuntura e das mudanças ao nível de contexto não alteram uma questão: as "metas são para cumprir".