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Marques Mendes: Auditoria à CGD detectou "operações ruinosas" entre 2005 e 2008
"Não é de admirar se um deste dias houver investigações e acusações por gestão danosa da Caixa", referiu o comentador da SIC.
Luís Marques Mendes revelou esta noite no seu habitual comentário na SIC que a auditoria que já foi efectuada à gestão da Caixa Geral de Depósitos concluiu que o banco do estado, entre, 2005 e 2008, aprovou "várias operações ruinosas".
Foi já em Julho que a CGD enviou o relatório da auditoria aos seus actos de gestão para a Procuradoria-Geral da República, estando o seu conteúdo em segredo de justiça.
O ex-líder do PSD assinala que o facto de auditoria estar no Ministério Público "há já alguns meses (…) significa que não é de admirar se um deste dias houver investigações e acusações por gestão danosa da Caixa".
A auditoria, segundo a mesma fonte, abrangeu um período de tempo mais alargado, mas concluiu que foi entre 2005 e 2008 que decorreu o "período mais negro da gestão da Caixa". Carlos Santos Ferreira foi o presidente da Caixa entre Agosto de 2005 e Janeiro de 2008.
A auditoria à CGD, feita pela consultora Ernest and Young, diz respeito a actos de gestão praticados entre 2000 e 2015.
Marques Mendes revelou ainda que como a "auditoria está também no Banco Central Europeu", os gestores que passaram pela Caixa naquele período não vão conseguir no futuro a aprovação do BCE para voltarem a ser gestores de bancos em Portugal".
Em 30 de Maio, no Parlamento, o ministro das Finanças e o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Mário Centeno e Mourinho Félix, informaram que a auditoria estava praticamente terminada, mas referiram que esta será apenas enviada "aos supervisores e às autoridades de investigação criminal, na eventualidade de conter indícios de práticas que possam configurar crime, mas não ao accionista Estado".
O documento debruçava-se sobre "três áreas principais de análise: concessão de créditos, aquisição e alienação de activos e decisões estratégicas e negócio".
O Negócios noticiou em Julho que o Ministério Público, no DCIAP, acredita numa "intencional prática de favorecimento de determinados agentes económicos em detrimento de outros". Além disso, também aponta para indícios de uma alegada omissão "deliberada" de indícios de incumprimento em determinados créditos.
O processo visa suspeitas de factos passíveis de configurar "crimes de administração danosa", "crimes cometidos no exercício de funções públicas" e ainda outros "crimes de natureza patrimonial".
A PGR não confirmou se já há arguidos constituídos neste inquérito, mas no último balanço feito ainda não havia.