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Malparado pesa 13% na carteira dos bancos portugueses

O peso do malparado face ao crédito total caiu nos primeiros três meses do ano. Contudo, a carteira de empréstimos também recuou, impedindo uma quebra superior do rácio. A cobertura subiu.

05 de Julho de 2018 às 13:37
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O crédito malparado voltou a deslizar no primeiro trimestre do ano, ajudando à redução do peso face à carteira total. Só que a carteira total também diminuiu, o que acabou por impedir um maior recuo da percentagem.

 

No final de Março, os empréstimos malparados – considerados de difícil recuperação – totalizavam 35,3 mil milhões de euros no total da banca portuguesa, um número que comparava com os 37 mil milhões registados em Dezembro. 

 

"No 1º trimestre de 2018, o ‘stock’ de empréstimos non-performing (NPL, ou crédito malparado) diminuiu 4,7%, reflectindo, essencialmente, uma diminuição no segmento das sociedades não financeiras (-6%), enquanto no segmento dos particulares o stock de NPL permaneceu estável", segundo revela o Banco de Portugal no documento trimestral "Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes".

 

O rácio de malparado, que compara o peso deste tipo de créditos, com a carteira total de empréstimos de um banco, situou-se em 13%, menos 0,3 pontos percentuais em relação ao final do ano. 

O rácio é médio, reflectindo diferenças entre as instituições nacionais: o Novo Banco, que conseguiu baixar o rácio abaixo dos 30% pela primeira vez, está num dos lados e tem o mais elevado do sistema financeiro. 

 

Contudo, a diminuição média dos créditos malparados foi compensada, "em cerca de metade, por uma diminuição da carteira de empréstimos". Ou seja, olhando para o rácio, não só caiu o numerador como o denominador, o que obrigatoriamente acaba por limitar a sua descida. 

 

De qualquer forma, o rácio de malparado, como sublinha a autoridade presidida por Carlos Costa, já diminuiu 5 pontos percentuais em relação ao máximo histórico, o que reflecte uma redução de toda a carteira de 30%. Em Junho de 2016, o valor global do malparado estava em 50,5 mil milhões de euros.

 

Há várias estratégias para a diminuição, como a gestão dos créditos (cura e recuperação), mas as instituições também optam, para uma redução mais expressiva e acelerada, por vendê-los a entidades especializadas, ainda que a sua dimensão relativa seja ainda limitada.

 

Como o Negócios já tinha dado conta, o primeiro trimestre foi de um aumento da cobertura do malparado, que é mais intensa na CGD, BCP e Novo Banco, os mais afectados pelo malparado. Em termos médios, o rácio de cobertura de crédito malparado por imparidades "aumentou 1,8 pontos percentuais face ao trimestre anterior, situando-se em 51%".

 

O Banco de Portugal e as autoridades europeias têm vindo, contudo, a alertar que é necessário apostar ainda mais no corte de malparado, para uma limpeza de balanço das instituições, de modo a que tenha capital e recursos para alocar a outras actividades. Para isso, devem os bancos aproveitar as actuais condições macroeconómicas mais favoráveis. Portugal está, a par de países como a Grécia e Itália, entre os que têm rácios mais elevados. 

 

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