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Moody's: malparado continua a ser um problema para os bancos europeus
A agência de notação financeira considera que apesar do "progresso significativo" conseguido pelos bancos europeus no que concerne ao crédito malparado, este continua a ser um problema, designadamente para as maiores instituições financeiras.
Houve progressos mas continua a ser um problema. É esta a conclusão da análise da Moody’s à banca europeia e ao impacto do crédito malparado nos balanços das instituições financeiras do Velho Continente.
Quatro anos após a crise das dívidas soberanas, houve um "progresso significativo" verificado ao nível da redução do volume de crédito malparado dos bancos europeus e da constituição de almofadas de capital, contudo este continua a ser um problema por resolver, em especial para os maiores bancos, sustenta a agência norte-americana de notação financeira numa análise publicada esta quarta-feira e a que o Negócios teve acesso.
Os níveis de crédito malparado (também conhecidos pelo acrónimo inglês NPL’s) ascendiam a 6% do total da carteira de créditos dos bancos em 2013, isto segundo uma amostra de 28 grandes bancos europeus, sendo que o rácio caiu actualmente para cerca de 4%. A Moody’s considera que esta evolução representa uma "melhoria significativa", porém estes avanços não foram alcançados por toda a banca europeia.
As reservas de capital aumentaram, entre 2013 e 2017, em praticamente todos os bancos da amostra estudada pela Moody’s, o que reforçou a resiliência dos bancos que estão agora mais bem preparados para compensar os custos associados ao risco creditício, sustenta a agência de rating.
A média de rácio de capital Tier 1 para a amostra de 28 instituições melhorou de 14,2% em 2013 para 17,2% no final de 2017.
A Moody’s salienta ainda que os maiores problemas ao nível do malparado se registam nos países mais pequenos como a Grécia e o Chipre que apresentam níveis superiores a 30% do total da carteira de créditos dos bancos. No entanto, este é também um problema que afecta países grandes como a Itália, a Espanha ou a Polónia, onde o malparado representa respectivamente 11%, 4,5% e 5,8% do total de créditos.