Notícia
Maiores bancos de Wall Street passam nos testes de stress
Os 23 grandes bancos a operar nos EUA que foram incluídos nos testes de resiliência à sua solidez financeira em cenários de stress foram todos aprovados.
Os maiores bancos que operam nos Estados Unidos tiveram nota positiva nos testes de stress anuais da Reserva Federal norte-americana, abrindo caminho à remuneração dos acionistas e à recompra de ações próprias.
As 23 insituições financeiras incluídas nestes testes de stress mostraram que teriam solidez financeira num cenário de recessão severa e de turbulência no mercado imobiliário, ao mesmo tempo que constinuariam a conceder crédito a empresas e particulares, anunciou a Fed nesta quarta-feira.
Todos os bancos escrutinados revelaram ter capacidade para manter os níveis mínimos de capital, apesar das perdas agregadas, estimadas em 541 mil milhões de dólares, previstas para este grupo de 23.
Esta aprovação nos testes permite que os bancos possam proceder à recompra de ações próprias e pagar até dividendos mais elevados – e espera-se que alguns deles, como o JPMorgan e o Wells Fargo, apresentem já na sexta-feira (após o fecho de Wall Stree) os planos atualizados para estes programas.
Estes testes anuais à resiliência da banca, recorde-se, são realizados no âmbito da Lei Dodd-Frank (onde se inclui, por exemplo, a famosa "Regra Volcker", que visa limitar as operações bolsistas por conta própria por parte da banca) promulgada após a crise financeira de 2008 – na sequência da crise do "subprime" (concessão de empréstimos a clientes com fraca qualidade creditícia, que deixaram de poder pagar os créditos à habitação quando se deu a bolha do imobiliário).
Durante a crise financeira, que teve início em 2008 nos EUA e contagiou o mundo inteiro, muitos bancos considerados "demasiado grandes para falir" [dada a sua importância sistémica] tiveram de contar com os contribuintes para serem resgatados.
Depois disso, têm vindo a ser introduzidas normas regulatórias a nível mundial no sentido de evitar uma réplica daquela crise no futuro. A Fed realiza estes testes de stress desde 2009.
Essas regras dizem respeito, nomeadamente, à transparência dos instrumentos financeiros e à tomada de risco por parte do setor financeiro, onde se incluem os requisitos de capital destinados a amortecer eventuais choques – daí que haja os chamados ‘testes de stress’ nos Estados Unidos e Europa, que visam avaliar a resiliência do setor financeiro a cenários hipotéticos de descarrilamento das economias.
A Fed tinha por hábito realizar estes testes através de duas fases, mas desde 2020 que tem optado por uma avaliação única.
A Reserva Federal usa estes testes para levar as entidades de concessão de crédito a constituírem almofadas de capital em caso de necessidade. Os bancos que chumbavam na segunda ronda de testes – nos últimos anos não tem acontecido – enfrentavam restrições em matéria de recompra de ações e de distribuição de dividendos.