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Lucros do BCP caem menos do que o esperado para 46,7 milhões de euros

Como não teve tantas mais-valias com a venda de dívida pública portuguesa, o BCP apresentou uma redução do lucro. Ainda assim, o resultado líquido foi superior ao estimado. 

Miguel Baltazar/Negócios
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O BCP alcançou lucros de 46,7 milhões de euros nos primeiros três meses de 2016,  o que compara com os 70,4 milhões de euros um ano antes. Uma diferença homóloga de 23,7% revelada esta segunda-feira, 2 de Maio, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

 

Os analistas consultados pela Reuters apontavam para um lucro de 39 milhões de euros, pelo que o lucro foi mais alto do que o estimado.

 

A diferença entre os dois trimestres justifica-se, sobretudo, pelo menor contributo da venda de dívida pública – um indicador que tinha ajudado as contas no primeiro trimestre de 2015, refere o banco num comunicado à CMVM.

 

Mas a evolução dos resultados em operações financeiras (onde se insere a venda de dívida pública) não foi a única a ditar a quebra do lucro. A margem financeira (diferença entre juros cobrados em depósitos e juros recebidos em crédito) deslizou 1,7% para 292,3 milhões de euros. Os efeitos cambiais (devido às operações externas) e a queda das taxas de juro de referência pesaram neste comportamento.

 

Com uma descida da margem e das operações financeiras, o produto bancário do banco presidido por Nuno Amado decaiu 24% para 488,1 milhões de euros, mesmo apesar da melhoria das comissões líquidas cobradas aos clientes.

 

Os custos operacionais deslizaram 4,4% para 243,1 milhões de euros, auxiliados pelos menores encargos com os funcionários após a redução de pessoal que tem sido feita. De 31 de Março de 2015 ao mesmo dia do ano seguinte, o BCP reduziu 3,1% do pessoal em Portugal.

 

BCP reduz imparidades

 

As imparidades para crédito também caíram, com o banco a colocar menos 20,1% de dinheiro de lado para eventuais perdas com empréstimos concedidos. A rubrica de imparidade do crédito ascendeu a 160,7 milhões de euros. O comunicado à CMVM considera que é um "esforço de provisionamento ainda relevante mas com tendência favorável".

 

Em termos de balanço, o crédito a clientes (bruto) desceu 6% para 54,6 mil milhões de euros. A actividade registada em Portugal levou a esta quebra, com quedas no crédito à habitação e às empresas. O peso do crédito vencido há mais de 90 dias avançou de 7,3% para 7,4% sendo que também o rácio de cobertura subiu de 85,4% para 86%.

 

Já no que diz respeito aos recursos de clientes, houve uma quebra de 0,6% para 51,7 mil milhões de euros, ainda que tenha havido um avanço de 0,7% nos depósitos (que totalizaram 49,6 milhões).

 

Em Abril, o BCP concluiu a operação de fusão da sua sucursal em Angola (Millennium com o Banco Privado), o que contribuiu para que o rácio de referência (Common Equity Tier 1) tenha subido de 11,5% para 12,8% segundo as exigências transitórias neste momento.


(notícia actualizada às 17:29 com mais informação)
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