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Lucros do Santander caem pela primeira vez desde 2012  

O banco espanhol foi penalizado por custos extraordinários em Espanha e no Reino Unido. O banco surpreendeu pela positiva no rácio de capital e manteve o valor dos dividendos, levando as ações a uma forte subida em bolsa.

#12 - Ana Botín
Juan Medina
29 de Janeiro de 2020 às 07:51
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O Santander alcançou um resultado líquido de 6.515 milhões de euros em 2019, o que traduz uma queda de 17% face ao exercício anterior.

 

Esta foi a primeira queda anual nos lucros do Santander desde 2012, com o banco espanhol a ser penalizado por uma série de fatores extraordinários que impactaram os resultados em 1.737 milhões de euros.

 

Apesar das mais-valias de 693 milhões de euros com a venda de uma unidade ao Credit Agricole, o banco presidido por Ana Botín registou custos não recorrentes de 1.481 milhões de euros no Reino Unido e custos de reestruturação de 864 milhões de euros, relacionados sobretudo com a integração do Popular.

 

Excluindo itens extraordinários, os lucros do Santander aumentaram 2% para 8.252 milhões de euros.

A margem financeira subiu 2,7% para 35.283 milhões de euros. 

 

Tendo em conta apenas o quarto trimestre, os lucros totalizaram 2,78 mil milhões de euros, um valor que supera as estimativas dos analistas que apontavam para 2,56 mil milhões de euros. A margem financeira do quarto trimestre foi de 8,84 mil milhões de euros, em linha com o esperado pelos analistas consultados pela Bloomberg.

Apesar da queda nos lucros anuais, o Santander manteve o compromisso de pagar um dividendo (em dinheiro e ações) de 23 cêntimos por ação, uma vez que conseguiu subir o rácio de capital CET1 para 11,65% e espera chegar ao fim deste ano nos 12% (ponto mais alto do intervalo definido por Ana Botín, entre 11% e 12%). 

 

A remuneração aos acionistas é igual à do ano passado, quebrando a tendência de aumentos anuais de 5%, com o pay-out a ficar compreendido no intervalo objetivo do banco (entre 40 a 50%).

Os resultados estão a ser bem recebidos na bolsa, já que os números no quarto trimestre ficaram acima do esperado e o rácio de capital de 2019 ficou acima do previsto (analistas estimavam 11,3%).

As ações valorizam 4,17% para 3,699 euros. 


Segundo a Lusa, o Santander Totta, em Portugal, contribuíram com 525 milhões de euros para o resultado líquido. "Em Portugal, o lucro ordinário aumentou 10%, para 525 milhões, graças a melhorias na eficiência e ao baixo custo do crédito", afirma o grupo bancário espanhol.

O Santander também "reforçou a sua posição como o maior banco privado de Portugal", com uma quota de mercado de cerca de 20% em empréstimos a empresas e hipotecas. Ainda em Portugal, os empréstimos caíram 1%, enquanto os depósitos aumentaram 6%. Os custos desceram 3%, devido à revisão e simplificação dos processos internos e à otimização da rede de sucursais, informa o Santander.

A presidente do grupo bancário espanhol, Ana Botín, disse que os resultados de 2019 refletem o sucesso da estratégia do banco, o que lhe permitiu continuar "com um crescimento previsível, sustentável e equilibrado".

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