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Lucro do Popular cai 69% em Portugal
No ano passado, as contas do Popular Portugal tinham sido beneficiadas com a separação da área de imobiliário. No primeiro semestre, a mais-valia registada já não existiu e o resultado líquido recuou.
O Banco Popular perdeu lucros em Portugal. A mais-valia obtida no ano passado com a venda da unidade imobiliária e a queda da margem financeira contribuíram para o deslize, mostra o relatório intercalar e contas do primeiro semestre, publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Nos primeiros seis meses do ano, a instituição liderada por Carlos Álvares (na foto) marcou um resultado líquido de 9,3 milhões de euros, em termos individuais (sem ter em conta a integração do Popular Factoring). O valor representa uma quebra de 68,8% face aos 31,6 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior.
A grande responsável pela quebra dos resultados é a rubrica de outros resultados de exploração: tinha gerado ganhos de 46,8 milhões no primeiro semestre de 2015, passou para perdas de 7,4 milhões este ano. Este "comportamento negativo superior a 54 milhões de euro […] justifica[-se] pela alienação no primeiro semestre de 2015 da unidade de negócio responsável pela gestão de activos imobiliários e de exposições creditícias de clientes associadas ao sector imobiliário, que permitiu então, a realização de uma mais-valia superior a 48,6 milhões de euros", indica o comunicado. Na totalidade do ano passado, foi esta separação, com venda à "Primestar, S.A (ex Recbus- Recovery to Business, SA), participada em 20% pelo Banco Popular Espanhol", que permitiu uma melhoria dos lucros do banco.
A margem financeira do Popular, que foi concorrente do Santander na compra do Banif, também cedeu. Esta rubrica, que sintetiza a diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos, perdeu 1,6% para 66,5 mil milhões de euros. Conjugando, entre outros, a margem financeira e os outros resultados de exploração, o produto bancário recuou 32% para 90,5 mil milhões.
O Popular, cujo número de funcionários recuou 10,7% para 1.159 no primeiro semestre distribuídos por 165 agências, conseguiu contudo melhorar o rácio de referência de capital Common Equity Tier 1 de 12% para 13,8%. O banco fez um aumento de capital de 37 milhões com a incorporação do Popular Factoring.
A queda de lucros no Popular Portugal ocorreu também numa altura de turbulência no grupo espanhol a que pertence na totalidade, que teve de fazer um aumento de capital.