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Lucro da Fosun cai para metade no semestre

A Fosun, que controla a Fidelidade e é o maior acionista do BCP, conseguiu reduzir o rácio de endividamento mas viu o resultado líquido cair para o equivalente a 91,5 milhões de euros.

Guo Guangchang é o “chairman” da Fosun, que tem participações no BCP, Fidelidade, REN e Luz Saúde.
Bobby Yip/Reuters
29 de Agosto de 2024 às 19:22
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A Fosun lucrou 720 milhões de renmimbis no primeiro semestre do ano. O valor, equivalente a cerca de 91,5 milhões de euros ao câmbio atual, representa uma queda para cerca de metade dos 1,36 mil milhões de renmimbi registado no mesmo período de 2023. 

"Apesar de um ambiente macroeconómico complexo, a Fosun alcançou melhorias de qualidade e eficiência nas principais indústrias e manteve uma base sólida de ativos", escreve a empresa em comunicado, sem explicar os motivos para a queda a pique dos resultados atribuíveis aos acionistas e mencionando apenas uma "otimização da carteira de ativos".

O resultado em junho de 2023 já representava, ele próprio, uma queda para metade face aos números de 2022.

Já o lucro da operação industrial cresceu ligeiramente para 3,47 mil milhões de renmimbis (440 milhões de euros), acima dos 400 milhões de euros reportados em junho de 2023. 

A gigante chinesa que em Portugal tem participações no BCP, Fidelidade, REN e Luz Saúde teve receitas de 97,8 mil milhões de renmimbis, ligeiramente acima do valor reportado há um ano.

No comunicado partilhado com a imprensa, a companhia (que ainda não publicou os documentos financeiros propriamente ditos) salienta que o negócios segurador em Portugal vai de vento em popa: "A Fosun Insurance Portugal continuou o seu desenvolvimento de elevada qualidade no primeiro semestre de 2024, alcançando o crescimento do negócio nacional e internacional", escreve a empresa sobre a Fidelidade, detalhando que "a contribuição dos mercados externos aumentou ainda mais, tendo o negócio internacional registado prémios de 885 milhões de euros, representando mais de 30% do total dos prémios" e que "o resultado líquido dos negócios internacionais foi de aproximadamente 51 milhões de euros, representando mais de 40%".

A Fosun não faz, neste comunicado, qualquer referência ao BCP, banco no qual tem uma participação de cerca de 20%. 

"As quatro subsidiárias principais, nomeadamente a Yuyuan, a Fosun Pharma, a Fosun Insurance Portugal e a Fosun Tourism Group ("FTG"), alcançaram um total de receitas de 72,17 mil milhões de RMB, mantendo o crescimento anual e representando 74% do lucro do Grupo", salienta a companhia.

A Fosun realça ainda a continuação da redução do rácio de endividamento, que no final dos primeiros seis meses de 2024 era de 50,2%, abaixo dos 51,8% registados um ano antes. A queda do endividamento tem sido permanente desde 2020.

"A Fosun otimizou continuamente a sua carteira de ativos, reduziu a alavancagem, manteve uma posição financeira sólida e tem reservas de caixa abundantes, reforçando ainda mais a sua capacidade de aproveitar oportunidades e acumular forças para uma nova ronda de desenvolvimento", assegura a companhia.

Desde que é cotada, há 17 anos, "a Fosun distribuiu acumulativamente 25,6 mil milhões de dólares de Hong Kong [cerca de 3 mil milhões de euros ao câmbio atual] em dividendos, com o rácio de distribuição de dividendos a aumentar gradualmente para mais de 20% nos últimos cinco anos", salienta a empresa liderada por Guo Guangchang (na foto).

Em outubro de 2022 a Fosun esteve debaixo dos holofotes depois de anunciar a intenção de vender ativos no valor de 11 mil milhões de euros para reforçar o balanço e promover a confiança dos investidores.

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