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Ligação à mutualista atrasa avaliação de administrador proposto para Montepio
O Banco de Portugal não deu ainda luz verde a Pedro Alves, nome proposto por Tomás Correia para a gestão do Montepio. Na mutualista, houve nova redistribuição de pelouros, depois da retirada.
Encabeçados por Carlos Tavares, eram sete os nomes propostos pela administração da associação mutualista para a comissão executiva da Caixa Económica Montepio Geral, depois de aprovados na assembleia-geral de 16 de Março.
Encabeçados por Carlos Tavares, foram seis os nomes que entraram em funções na comissão executiva da caixa económica depois do registo junto do Banco de Portugal, a 4 de Abril.
Pedro Alves é a justificação para estaa diferença: estava nos primeiros sete, não se encontra nos segundos.
O nome não obteve ainda a luz verde do Banco de Portugal, como assegurou esta segunda-feira, 16 de Abril, a agência Lusa. Quer isto dizer que o pedido de registo, embora não tenha sido concedido, ainda não foi retirado pela mutualista, a accionista única do Montepio neste momento.
A avaliação ainda continua, ainda que a autoridade liderada por Carlos Costa diga que "não se pronuncia sobre casos concretos".
Ao Negócios, tal como tinha dito à agência, o supervisor da banca fala apenas "genericamente: "O Banco de Portugal concede a autorização para o exercício de funções a membros propostos para os órgãos sociais das instituições supervisionadas quando dispõe de toda a documentação e informação necessárias à completude do processo e se encontre verificado o cumprimento de todos os requisitos de adequação".
Pedro Alves era, segundo o Eco, o responsável pelo centro corporativo da associação. O jornal diz mesmo que António Tomás Correia, que lidera a mutualista, tinha já tentado que aquele nome fizesse parte da equipa de administração executiva de José Félix Morgado.
A equipa de Carlos Tavares
A entrada em funções de Carlos Tavares (que foi presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários até 2016 e antes de ir para o Montepio era assessor da administração da Caixa Geral de Depósitos) aconteceu no início de Abril.
A comissão executiva da CEMG, além de Carlos Tavares, tem como membros Nuno Mota Pinto (vindo do Banco Mundial e inicialmente indicado para presidente do banco, mas que passou a administrador na sequência da polémica devido a uma dívida à banca tida até ao ano passado), Carlos Leiria Pinto, José Mateus, Helena Costa Pina, Pedro Ventaneira.
Já os administradores não executivos são Amadeu Paiva, Rui Heitor, Luís Guimarães, Vítor Martins e Manuel Teixeira.
A administração, com 11 membros, irá ainda crescer. O nome de Pedro Alves não foi ainda retirado, pelo que o pedido para a autorização de funções se mantém. Além disso, Carlos Tavares só pode acumular a presidência executiva e não executiva por seis meses, tendo de encontrar um substituto para uma das funções. E também porque no processo de entrada de entidades do terceiro sector, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa terá direito a indicar também o seu provedor, Edmundo Martinho.
Pelouros voltam a dissidente
O único problema com administradores não se verifica na caixa económica. Na sequência de um texto de opinião crítico à presidência de Tomás Correia, o administrador da associação Ribeiro Mendes viu serem-lhe retirados os pelouros que lhe tinham sido atribuídos.
O jornal Eco diz, esta segunda-feira, que os pelouros já voltaram para as suas mãos, depois de discussão entre os administradores. A associação mutualista não respondeu ao Negócios.