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Jefferies corta avaliação a todos os bancos espanhóis. Acções recuam

A decisão do executivo espanhol de atribuir aos bancos, e não aos clientes, o pagamento do imposto de selo nas hipotecas levou a Jefferies a cortar o preço-alvo de todos os bancos espanhóis. Só o CaixaBank mantém a recomendação de "comprar".

Reuters
22 de Novembro de 2018 às 12:05
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O mercado está em modo "disparar primeiro e perguntar depois" com os bancos espanhóis, alerta a Jefferies numa nota divulgada esta quinta-feira, 22 de Novembro. Isto levou o banco norte-americano a cortar o preço-alvo para todas as instituições financeiras. E apenas o CaixaBank mantém a recomendação de "comprar". As acções estão a recuar. 

 

No caso do Santander, dono do Totta, a Jefferies cortou o preço-alvo para 3,75 euros, face aos anteriores 4 euros, com uma recomendação de "underweight" devido à sua exposição à América Latina. Já o BBVA assistiu a uma queda do preço-alvo para 5,60 euros, quando antes era de 6,10 euros, com uma recomendação de "manter" atribuída com base nas incertezas no México e Turquia.

 

A avaliação de cada acção do Bankia passou de 2,90 euros para 2,60 euros, enquanto o Sabadell e Bankinter têm agora um preço-alvo de 1,3 e 7,3 euros, respectivamente.

 

No CaixaBank, a Jefferies reduziu para 4,35 euros, face a 4,60 euros. Porém, é o único banco no índice espanhol Ibex a que atribui uma recomendação de "comprar" por considerar que é o banco melhor posicionado para resistir a possíveis choques, como tem sido o caso em torno das hipotecas.

Esta decisão está a penalizar as acções dos bancos espanhóis. Enquanto o Santander está a recuar 1,35% para 4,10 euros, o Bankia perde 1,15% para 2,85 euros e o Sabadell cede 0,89% para 1,12 euros. Já o CaixaBank desce 0,41% para 3,67 euros.

 

Este corte reflecte o facto de a Jefferies ter passado a contemplar nas suas previsões para 2020 a decisão do governo de Espanha de impor aos bancos, e não aos clientes, o pagamento do imposto de selo nas hipotecas.

 

O banco reconhece que o sector terá capacidade para absorver o impacto de assumir este custo, mas alerta que a decisão de se investir na banca espanhola tem agora de se ajustar aos problemas de cada entidade. Além disso, prevê que para suportar o novo imposto, os bancos terão de subir os juros sobre as hipotecas em 15 pontos base.

 

Foi em Outubro que o Tribunal Supremo decidiu que era o banco, e não a pessoa que pede o empréstimo, que tinha interesse em registar a operação hipotecária e em realizar a escritura. E, por isso, seria o banco que deveria assumir o encargo do imposto de selo associado à escritura de uma casa. Esta taxa pode variar entre 0,5% e 2% do total do empréstimo. Segundo os cálculos da agência financeira DBRS, no pior cenário, este encargo teria um impacto de 16,9 mil milhões de euros no sector.

 

Depois, a mesma entidade suspendeu e inverteu esta decisão, atribuindo outra vez os custos ao cliente. O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, acabou por intervir e lamentar este impasse, afirmando que o executivo ia aprovar uma legislação para obrigar os bancos a assumirem o encargo com o imposto de selo associado às hipotecas. 

 

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