Notícia
Isabel dos Santos: avaliação do BFA é "profundamente desrespeitosa"
Santoro diz não entender cenário de avaliação zero utilizado no relatório de reacção da gestão do BPI à OPA do Caixabank.
Não é novidade que a Santoro, de Isabel dos Santos, está contra a OPA do Caixabank sobre o BPI, mas a sua resposta à oferta é um verdadeiro contra-ataque retórico. Em termos práticos, a consequência da oposição foi o pedido, já feito à CMVM, para que seja designado um auditor independente para fixar a contrapartida da oferta, que a Santoro considera subavaliar o banco português e o Banco de Fomento Angola.
Este é, aliás, um dos pontos da declaração de voto de Mário Leite da Silva, administrador da BPI em representação da accionista Santoro. É que o relatório da gestão em reacção à OPA utiliza dois cenários de avaliação do BFA: um a 1,6 mil milhões de euros, e outro a zero. Faz depois a média, permitindo-lhe chegar aos 1,54 euros como o valor "soma das partes" do BPI, 38% acima dos 1,113 euros oferecidos pelo banco catalão.
Mário Silva salienta, por isso, a "estranhíssima e profundamente desrespeitosa referência à avaliação do BFA a 0 Euros sem que se perceba exactamente qual o contexto em que esse cenário é ponderado". O relatório explica como chega aos dois valores. O primeiro, "em que 100% do BFA é valorizado por 1 600 milhões de euros (referido no comunicado de 19 de Abril de 2016 da Santoro Finance), correspondente ao valor acordado entre o Oferente e o Accionista do BPI Santoro durante as negociações entre estes; e um cenário que deve ser entendido como extremo em que o BFA está valorizado por zero".
As actividades africanas do BPI são ponto recorrente na análise da Santoro. Esta queixa-se da falta de clareza sobre o projecto para estes mercados e lembra a questão das autorizações necessárias, entre elas a maior incógnita, a do Banco Nacional de Angola, que pode bloquear a operação por esta implicar a mudança de controlo de um banco por si supervisionado, o BFA. Penso em particular em matérias como as autorizações regulatórias que o Oferente terá solicitado - em particular aquelas que se referem à alteração indirecta do controlo do Banco de Fomento Angola - e sobre as quais não existe qualquer visibilidade.
Os documentos na base da avaliação da administração do BPI, diz Mário Leite da Silva, "não são completos e objectivos em relação a vários temas essenciais para a percepção da oferta. Penso em particular em matérias como as autorizações regulatórias que o Oferente terá solicitado - em particular aquelas que se referem à alteração indirecta do controlo do Banco de Fomento Angola - e sobre as quais não existe qualquer visibilidade".
A administração do BPI considerou ontem, no último dia do prazo, a oferta do Caixabank como oportuna, mas a sua avaliação "soma das partes" do BPI aponta para um valor médio de 1,54 euros. Com o BFA avaliado em 1,6 mil milhões de euros, esse valor subiria para 1,82 euros por acção.
Este é, aliás, um dos pontos da declaração de voto de Mário Leite da Silva, administrador da BPI em representação da accionista Santoro. É que o relatório da gestão em reacção à OPA utiliza dois cenários de avaliação do BFA: um a 1,6 mil milhões de euros, e outro a zero. Faz depois a média, permitindo-lhe chegar aos 1,54 euros como o valor "soma das partes" do BPI, 38% acima dos 1,113 euros oferecidos pelo banco catalão.
As actividades africanas do BPI são ponto recorrente na análise da Santoro. Esta queixa-se da falta de clareza sobre o projecto para estes mercados e lembra a questão das autorizações necessárias, entre elas a maior incógnita, a do Banco Nacional de Angola, que pode bloquear a operação por esta implicar a mudança de controlo de um banco por si supervisionado, o BFA. Penso em particular em matérias como as autorizações regulatórias que o Oferente terá solicitado - em particular aquelas que se referem à alteração indirecta do controlo do Banco de Fomento Angola - e sobre as quais não existe qualquer visibilidade.
Os documentos na base da avaliação da administração do BPI, diz Mário Leite da Silva, "não são completos e objectivos em relação a vários temas essenciais para a percepção da oferta. Penso em particular em matérias como as autorizações regulatórias que o Oferente terá solicitado - em particular aquelas que se referem à alteração indirecta do controlo do Banco de Fomento Angola - e sobre as quais não existe qualquer visibilidade".
A administração do BPI considerou ontem, no último dia do prazo, a oferta do Caixabank como oportuna, mas a sua avaliação "soma das partes" do BPI aponta para um valor médio de 1,54 euros. Com o BFA avaliado em 1,6 mil milhões de euros, esse valor subiria para 1,82 euros por acção.