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BPI volta a disparar 3% e afasta-se do preço da OPA

As acções do BPI seguem a negociar acima do preço da OPA do CaixaBank, após a administração do banco ter considerado que a proposta dos catalães é inferior ao valor do banco.

Miguel Baltazar/Negócios
Vera Ramalhete veraramalhete@negocios.pt 19 de Maio de 2016 às 10:31

As acções do BPI seguem a valorizar, afastando-se do preço da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank. Os analistas consideram que o banco catalão poderá ter que rever em alta a oferta, mas não para os 1,54 euros indicados pela administração do BPI.

Os títulos do banco estão a apreciar 2,64% para 1,167 euros, na terceira sessão em terreno positivo. Chegaram a avançar 2,9% para 1,17 euros por acção durante a sessão, um máximo desde o lançamento da OPA. É o valor mais elevado desde 8 de Abril, quando as acções chegaram a tocar nos 1,201 euros. Aprecia 5,04% nas duas últimas sessões.

Apesar de estar a negociar acima do preço oferecido pelo CaixaBank (1,113 euros), as acções do BPI continuam abaixo do valor apontado como justo pela administração do BPI: 1,54 euros. Os analistas consideram que a valorização do título é um sinal de que o banco catalão poderá ter que rever em alta a oferta, mas não para este valor.

"O mercado começa a incorporar a necessidade de o banco espanhol poder ter de aumentar o preço oferecido por cada acção do BPI", ainda que abaixo do valor indicado pela administração, diz Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos.

O Haitong considera que "os accionistas do BPI poderão retomar negociações para chegar a um acordo sobre o controlo do banco e da subsidiária em Angola". Mas, o pedido de um auditor independente por Isabel dos Santos é "mais uma fonte de incerteza neste processo e confirma que a relação entre a Santoro e o CaixaBank permanece tensa", acrescenta o banco, numa nota para investidores publicada esta quinta-feira.

Potencial limitado

O CaixaBank poderá ter que rever a oferta. Mas os problemas em Angola e o contexto nacional continuam a ameaçar o BPI, limitando o potencial de valorização, apontam os analistas. "Não creio que seja possível que esse preço [1,54 euros] seja atingido, já que as situações de Angola e do sistema financeiro português se deterioraram desde o lançamento da última OPA", comenta Pedro Lino, administrador da Dif Broker. Face à actual cotação, as acções teriam que avançar 32% para atingir este preço.

"Ainda que a oferta do CaixaBank seja substancialmente inferior à apresentada há cerca de 15 meses, é nosso entendimento que o conselho de administração focou primeiramente a sua opinião no conjunto de desafios com que o banco se depara, quer em Angola (incumprimento do limite dos grandes riscos), quer no mercado doméstico (entre elas a potencial consolidação e o contexto regulatório)", indica também o analista do CaixaBI André Rodrigues.

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