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Horta Osório quer impedir mais casos "Archegos" mexendo nos bónus dos executivos do Credit Suisse
Durante o FT Global Banking Summit, o executivo prometeu apresentar uma proposta na próxima assembleia de acionistas, em abril, de forma a reformar o método de atribuição de bónus.
António Horta Osório, "chairman" do Credit Suisse continua o seu trabalho de restruturação de práticas do banco. Durante o FT Global Banking Summit, o executivo prometeu apresentar uma proposta na próxima assembleia de acionistas, em abril, de forma a reformar o método de atribuição de bónus.
O banqueiro condecorado por Isabel II quer um sistema que dê mais garantias aos investidores, depois de estes terem sido penalizado pelos colapsos da Greensill Capital e da Archegos Capital.
"A remuneração tem que estar alinhada com o setor e tem que estar alinhada com os interesses dos acionistas, com criação de valor após dedução do custo de capital", defendeu Horta Osório.
"Eu acho que as pessoas em geral, quer no desporto quer na banca ou qualquer outra área, devem ser pagos de acordo com o seu desempenho e com as condições do mercado", acrescentou o banqueiro.
O banqueiro pretende ainda aumentar o período de diferimento – o prazo que corre até ao pagamento efetivo do bónus. "As consequências das decisões de hoje" têm repercussões no futuro, sublinhou o banqueiro.
Durante a conferência, o presidente não executivo da instituição financeira, com sede em Zurique, chegou mesmo a colocar a hipótese de recuperar pagamentos já efetuados, por uma questão de "responsabilização".
No rescaldo do colapso da Archegos, o banco expulsou nove executivos e recuperou cerca de 70 milhões de dólares. Desde então, as ações do banco já desvalorizaram 30%.
Paralelamente de forma a combater "a fuga de cérebros", atualmente alimentada sobretudo pelo aumento de benefícios oferecidos pelos bancos de Wall Street, o banco reviu a sua política de seleção e retenção de recursos humanos.
Uma das medidas que mais agradaram aos trabalhadores do Credit Suisse, ocorreu em meados deste ano, quando Horta Osório ordenou o aumento dos salários de algumas categorias profissionais, em alguns casos de 20%.