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Guilherme d'Oliveira Martins atribui à crise problemas na Caixa

A grave crise financeira iniciada com o problema do subprime nos Estados Unidos em 2007 é a grande responsável pela deterioração da situação financeira da Caixa Geral de Depósitos (CGD), afirmou o antigo governante Guilherme d'Oliveira Martins.

Correio da Manhã
06 de Dezembro de 2016 às 20:40
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"Foi a crise financeira que gerou esta situação", afirmou Guilherme d'Oliveira Martins esta terça-feira, 6 de Dezembro, durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco público, na qualidade de antigo ministro das Finanças.

 

Para sustentar esta opinião, o responsável apontou para a rendibilidade dos capitais próprios da CGD que, em 2007, atingiu um pico máximo de 20,5% e, no ano seguinte, caiu para os 12,6%.

 

Oliveira Martins acrescentou que, entre 1998 e 2008, o valor médio da rendibilidade dos capitais próprios do banco estatal foi de cerca de 19,8%. "Um valor particularmente significativo. E perante os efeitos imediatos do subprime [crise imobiliária iniciada nos Estados Unidos em 2007] atingiu-se em 2008 o valor mais baixo deste período, 12,6%", sublinhou.

 

De resto, o responsável assegurou que, enquanto foi ministro das Finanças (entre Agosto de 2001 e julho de 2002), os relatórios e contas da CGD, aprovados pelos auditores, provam a "transparência, justificação e consistência" das contas daquele período.

 

Questionado sobre quais eram as principais preocupações do governo que então integrou relativamente ao banco estatal, Oliveira Martins disse que o foco se centrou no peso significativo do crédito à habitação no total da carteira de crédito da CGD. "A preocupação fundamental era garantir uma gestão prudente relativamente a esta matéria. Os resultados auditados mostravam o resultado dessa gestão prudente", afirmou.

 

Oliveira Martins vincou que "a CGD não podia ser encarada como um banco privado qualquer", já que "foi criada pelo Estado no século XIX e tem por isso determinadas responsabilidades". E destacou: "O accionista Estado não pode deixar de assumir claramente as suas responsabilidades em permanência".

 

O actual presidente do Conselho Fiscal da CGD considerou ainda positiva a alteração dos sistemas de controlo interno do banco, recentemente introduzida, com o novo formato a fazer a distinção entre o Conselho Fiscal e o Conselho de Auditoria. "Considero mais adequado o sistema que acaba de ser introduzido", rematou.

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