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Fusão entre os dois maiores bancos alemães ganha força

A Der Spiegel avançou que uma fusão o Deutsche Bank e o Commerzbank será bem-vista pelo ministro das Finanças Olaf Scholz.

reuters
Nuno Carregueiro nc@negocios.pt 11 de Setembro de 2018 às 18:21

O Deutsche Bank e o Commerzbank podem avançar para uma fusão. Este cenário de união entre os dois maiores bancos alemães não é novo, mas voltou a ganhar força esta terça-feira.

 

A revista Der Spiegel noticiou esta terça-feira que os gestores das duas instituições alemãs estão a mostrar uma cada vez maior abertura para a fusão entre os dois maiores bancos alemães.

 

De acordo com a mesma publicação, o CEO do Commerzbank, Martin Zielke, antes prefere fazer a operação "hoje do que amanhã". Do lado do Deutsche Bank a abertura para esta mega-fusão parece mais ténue, pois o CEO Christian Sewing terá dito internamente que esta operação não está na agenda para os próximos 18 meses.

 

A Der Spiegel acrescenta que esta fusão entre os dois maiores bancos alemães será bem-vista pelo ministro das Finanças Olaf Scholz. "Não comentamos as decisões estratégicas dos bancos", reagiu uma fonte oficial do ministério das Finanças, embora a Alemanha detenha ainda uma posição de 15% no Commerzbank, que foi assumida ainda durante a crise financeira.

 

Os CEO do Commerzbank e do Deutsche Bank nunca comentaram em público o cenário de fusão entre as duas instituições, mas têm recentemente efectuado declarações a defender uma concentração no sector financeiro.

 

O CEO do Deutsche Bank, Christian Sewing, fez no final de Agosto um apelo para que exista uma homogeneização da regulação bancária a nível europeu, pois, acusa, este é um obstáculo para fusões entre instituições de diferentes Estados-membros.

 

"A emergência de verdadeiros campeões europeus" está dependente da existência de um "mercado financeiro único" e sujeito a uma regulação comum, defendeu Sewing, numa conferência em Frankfurt, organizada pela publicação alemã Handelsblatt.

  

No passado têm sido recorrentes as notícias que dão conta da proximidade entre os dois bancos alemães para uma fusão. E há bastante tempo que o Deutsche Bank também tem estado debaixo dos holofotes sobre a possibilidade de uma fusão com um banco fora da Alemanha, e mesmo da Europa.

 

No início de Junho a Bloomberg avançou que os accionistas do Deutsche Bank estavam a discutir uma possível fusão com o Commerzbank, tendo dado conta que Paul Achleitner, o  presidente da Assembleia Geral do Deutsche Bank, tinha já contactado os accionistas de topo sobre o assunto.

A agência de notícias norte-americana dava conta, em Junho, que a fusão tinha já sido discutida entre alguns investidores e responsáveis do governo alemão, embora não tivesse existido qualquer contacto oficial entre os responsáveis do banco.


Uma das principais preocupações dos accionistas será a diluição do capital que poderá advir de uma fusão, face às baixas cotações dos títulos do banco. O Deutshe Bank tem sido fortemente pressionado nos mercados devido à incapacidade para gerar resultados positivos. As acções caem perto de 40% este ano e o banco está avaliado abaixo dos 20 mil milhões de euros. Já o Commerzbank cai 31% este ano, com a capitalização bolsista a situar-se nos 10,7 mil milhões de euros.

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