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Fosun aposta em "forma suave" de fazer negócios no estrangeiro

O director geral da Fosun, Xu Lingjiang, responsável pela operação em Portugal, revelou hoje que a estratégia de expansão internacional do grupo chinês passa pela aposta numa "forma suave" de fazer negócios com os parceiros.

Miguel Baltazar
27 de Maio de 2017 às 23:15
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"Queremos ter uma comunicação suave e uma forma suave de fazer negócios com os nossos parceiros", afirmou o gestor durante a sua intervenção no debate de arranque da Horasis Global Meeting, em Cascais.

Xu Lingjiang, que passou recentemente a ser administrador não executivo do Banco Comercial Português (BCP), no qual a Fosun é o maior accionista com cerca de 25% do capital, assinalou que "qualquer negócio transfronteiriço depende da compreensão" entre as partes, apontando para as "muitas diferenças" existentes a vários níveis, como as culturais e ao nível das mentalidades, que o grupo chinês enfrenta nas suas operações externas.

"Quando se quer iniciar um negócio num novo país, temos que estar preparados para nos adaptar", admitiu o líder da Fosun em Portugal, empresa que, além de ter entrado recentemente no capital do BCP, adquiriu uma participação relevante no capital da Rede Elétrica Nacional (REN) e também é dona da Fidelidade (a maior seguradora portuguesa) e da Luz Saúde.

"É isso que temos feito e com benefícios mútuos", considerou, vincando a necessidade de "ganhar a confiança" nos novos mercados em que entra o maior grupo empresarial privado chinês.

"Se houver confiança, é fácil haver entendimentos. Se não houver confiança, é muito mais difícil ultrapassar as dificuldades", vincou o líder da Fosun em Portugal, país onde o grupo já investiu quase três mil milhões de euros.

E acrescentou: "É por isso que mantemos confiança nas equipas de gestão das companhias que adquirimos".

A Lusa tentou falar com o gestor chinês à margem do evento, mas Xu Lingjiang não se mostrou disponível.

A Horasis Global Meeting, que hoje começou com o painel "China e Europa - unir as mãos para a inovação", reúne em Portugal até terça-feira mais de 400 participantes de 70 países.

Durante o debate de hoje, o embaixador da China em Portugal, Cai Rua, realçou o elevado investimento feito nos últimos anos por empresas chinesas no mercado português, em áreas como a energia, a banca, os seguros e a saúde, sublinhando que ultrapassa os oito mil milhões de euros.

"Em breve [a partir de 6 de Julho] vai haver ligações aéreas directas entre Pequim e Lisboa", salientou o diplomata, mostrando-se confiante no aprofundamento das relações em vários níveis entre os dois países, como no investimento, nos negócios e no turismo.

"Portugal tem um grande potencial e, através da cooperação entre a China e Portugal, é possível atingir um nível mais alto", rematou Cai Rua.

A sessão de hoje contou ainda com as intervenções de Frank-Jürgen Richter, presidente do 'think tank' suíço Horasis, Luigi Gambardella, presidente da China-UE (Bruxelas), Jiang Li, fundador da Global Innovator Conference (China), Keith Burnett, vice-reitor da University of Sheffield (Reino Unido), Fernando Costa Freire, vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (Portugal), Huang Shuo, presidente da Linkface Technology (China), e Tan Guofeng, sócio da Cybernaut Green Tech Investment.

O vigor da economia chinesa, a sua aposta na inovação e na internacionalização foram alguns dos temas abordados, numa óptica de aprofundamento das relações e de exploração de oportunidades entre a União Europeia e a China.

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