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Ex-CFO do Banif integra administração do BNI

O Banco de Negócios Internacional Europa contratou para a administração Carlos Firme, que foi o gestor com o pelouro financeiro antes da queda do Banif. O registo do Banco de Portugal chegou em Setembro.

DR
26 de Setembro de 2016 às 09:00
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De um banco com raízes na Madeira para uma instituição financeira com origem em Luanda. Durante cinco meses, Carlos Firme foi o responsável pelas finanças do Banif. Antes, era quem estava encarregue das relações com investidores e com a imprensa. Saiu do banco depois da resolução aplicada pelo Banco de Portugal. Agora, Carlos Firme voltou para a banca. É o novo administrador do Banco de Negócios Internacional Europa (BNI), de capitais angolanos, liderado por Pedro Pinto Coelho (na foto). 

 

O facto de ter estado na administração na queda do Banif– foi alvo de uma medida de resolução a 20 de Dezembro, com a divisão em três e venda da principal parte ao Santander Totta – não impossibilitou o regresso de Carlos Firme à banca. Ao contrário do que acontecera no BES, o regulador do sector financeiro não centrou as justificações para a resolução na actuação da gestão. 

 

O nome de Carlos Firme foi aprovado a 15 de Julho e o registo do Banco de Portugal chegou há cerca de três semanas. Embora tivesse funções executivas no Banif, o economista vai estar no conselho de administração do BNI mas não fará parte da comissão executiva, como frisa o próprio ao Negócios. "Foi contratado para administrador não executivo e foi aprovado pelo Banco de Portugal", afirmou o CEo do banco fundado em 2014, cinco anos depois do pedido de autorização. O Expresso deu conta que as investigações relativas a accionistas minoritários que tinham sido ocultados do regulador atrasaram o processo. 

 

O principal accionista do BNI Europa (que tem uma estrutura accionista idêntica à do banco angolano com o mesmo nome que lhe deu origem) é Mário Palhares, ex-vice-governador do Banco Nacional de Angola que é um dos accionistas da Pivot SGPS, que comprou o Banco Efisa (ex-BNP) ao Estado português (operação que ainda aguarda aval do Mecanismo Único de Supervisão). Este ano, entrou também o empresário angolano Jaime Freitas para o quadro de accionistas.

 

A comissão executiva do BNI conta, no presente mandato entre 2016 e 2019, com três nomes – Pedro Pinto Coelho (na foto), António Costa e Nuno Martins. Até Março, constava também Paulo Santana. O conselho de administração é composto, segundo indica o site oficial, pelos três gestores executivos e por Carlos Firme. 

 

Até ao início deste ano, a estrutura da administração era diferente já que o presidente do conselho era Mário Palhares, conforme aponta o relatório e contas relativo a 2015. Agora, o banqueiro angolano já não consta da administração. Em Junho, houve uma assembleia-geral para votar a criação de um conselho superior no BNI mas o site oficial do banco não fala deste órgão social. Segundo Pedro Pinto Coelho disse ao Negócios, o órgão está a ser constituído ainda não sabendo quem serão os seus membros. 

 

O banco, que contava no final do ano passado com 17 funcionários (incluindo a comissão executiva), apurou 1,5 milhões de euros de prejuízos em 2015, menos 44% do que no ano anterior. Tem 28 milhões de euros em capitais próprios.


(Notícia actualizada às 11:38 com respostas de Pedro Pinto Coelho do BNI)

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