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Dono do BPI e Bankia estudam fusão para criar maior banco de Espanha
O CaixaBank e o Bankia estão a analisar a possibilidade de fusão para criarem o maior banco de Espanha, revelou a imprensa espanhola, tendo o banco detido maioritariamente pelo Estado espanhol e o dono do BPI confirmado já essa informação junto do órgão regulador do mercado de capitais.
Os espanhóis Bankia e CaixaBank – dono do BPI – estão a estudar uma fusão com o intuito de criarem o maior banco de Espanha, avançou o El País citando fontes financeiras conhecedoras do processo. Isto no âmbito do processo de consolidação do setor bancário como forma de fortalecimento perante o impacto da pandemia de covid-19.
"A operação, ainda numa fase muito preliminar, será anunciada esta sexta-feira, 4 de setembro, à Comissão Nacional do Mercado de Valores", referiu o mesmo jornal.
Entretanto, perante as notícias que começaram a sair na imprensa espanhola, ambas as entidades emitiram já comunicados junto da entidade reguladora a confirmar as conversações.
"Perante as notícias que surgiram nalguns meios de comunicação, o Bankia, no âmbito da habitual análise de possíveis operações estratégicas, confirma os contactos com o CaixaBank, com conhecimento e autorização do conselho de administração, para analisar uma eventual oportunidade de operação de fusão entre ambas as entidades", diz o comunicado do Bankia.
Já o CaixaBank informa que "depois da autorização do seu conselho de administração, está em negociações com o Bankia para analisar uma fusão entre ambas as entidades, sem que de momento se tenha alcançado qualquer acordo a esse respeito a não ser a assinatura de um acordo de confidencialidade para troca de informação de modo a avaliar a operação, no âmbito de uma ‘due diligence’, contando com assessores para a operação".
"O CaixaBank informará o mercado, no momento oportuno, sobre o resultado da referida negociação", acrescenta.
A concretizar-se a operação, o Estado espanhol passaria de uma posição de 61,8% no Bankia para 14% na nova entidade decorrente da fusão, cujo principal acionista seria a Fundação La Caixa – que ficaria com cerca de 30%.
O novo grupo, a ser criado, contará com 650.000 milhões de euros em ativos – "muito acima do Santander e do BBVA, ainda que sem a presença internacional de ambos", sublinha o El País.
A avançar, esta nova entidade terá mais de 50.000 funcionários.
O banco nacionalizado – o grupo BFA-Bankia teve de ser resgatado em 2012 com uma injeção de dinheiros públicos de 22.400 milhões de euros – já tinha reconhecido publicamente que estaria disposto a negociar uma operação, mas o CaixaBank tinha dito que não tinha em mente qualquer integração, recorda o El Economista.
O governador do Banco de Espanha, Pablo Hernández de Cós, defendeu na terça-feira, 1 de setembro, que há margem para mais consolidação a nível nacional, neste setor, sem o risco de se incorrer numa situação de oligopólio. "O nível de concorrência é elevado porque surgiram concorrentes, alguns de fora do perímetro bancário", sublinhou, citado pelo Expansión.
No acumulado do ano, o CaixaBank perde 34,45% em bolsa, com a capitalização de mercado nos 10.859 milhões de euros. Já o Bankia cai 38,8%, com um valor bolsista de 3.178 milhões.
(notícia atualizada às 23:52)