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Deutsche Bank regista prejuízos de 500 milhões de euros e falha previsões
Os lucros antes de impostos do Deutsche Bank ascenderam a 1,3 mil milhões de euros em 2017. Contudo, o banco teve de fazer um ajuste de 1,4 mil milhões de euros devido à reforma fiscal nos EUA, que entrou nas contas do quarto trimestre, e levou o banco aos prejuízos.
Os lucros antes de impostos do germânico Deutsche Bank ascenderam a 1,3 mil milhões de euros no ano passado, de acordo com o comunicado da instituição. Contudo, o banco terminou o ano passado com um prejuízo de 500 milhões de euros, números que estão a provocar uma queda acima de 6% nas acções.
É que no quarto trimestre o banco alemão teve de reconhecer um encargo de cerca de 1,4 mil milhões de euros devido à nova reforma fiscal nos EUA. Esse encargo entrou para as contas do quarto trimestre. Sem estes encargos, a instituição teria registado um resultado líquido de cerca de 900 milhões de euros no ano passado, refere a instituição.
Apesar de contemplar uma descida da taxa de imposto sobre as empresas de 35% para 21%, a reforma fiscal promovida pela administração Trump implica, para muitas instituições, um efeito negativo no curto prazo, que se prende com a taxação dos lucros obtidos no estrangeiro e com a descida do valor dos activos por impostos diferidos.
Nos últimos três meses de 2017, o banco teve prejuízos líquidos de 2,2 mil milhões de euros, reflexo sobretudo dos encargos gerados pela reforma fiscal nos EUA. Apesar disso, o banco acredita que, mais à frente, a reforma fiscal pode "ter um impacto positivo no resultado líquido".
Em comunicado, o Deutsche Bank revela ainda que, no quarto trimestre, registou um prejuízo antes de impostos de 1,3 mil milhões de euros, o que compara com as perdas antes de impostos de 2,4 mil milhões de euros nos últimos três meses de 2016. As perdas registadas no último trimestre do ano passado ficam muito acima do que esperavam os analistas. De acordo com o Financial Times, os especialistas anteviam perdas antes de impostos na casa dos 478 milhões de euros.
"Esta melhoria foi também conduzida por uma redução considerável [dos custos] de litigância e encargos com imparidades. O resultado do quarto trimestre de 2017 reflecte um ambiente de receitas frágil em conjunto com o impacto negativo do acordo para vender uma participação do negócio de retalho na Polónia e dos custos de reestruturação sobretudo relacionados com a fusão planeada da Private & Commercial Clients Germany e do Postbank", refere o comunicado.
De acordo com a Bloomberg, a receita líquida em 2017 do banco foi de 26,4 mil milhões de euros, o que ficou consideravelmente abaixo dos 27,26 mil milhões de euros estimados pelos analistas. As receitas líquidas nos últimos três meses de 2017 foram de 5,71 mil milhões de euros, o que é o valor mais baixo desde 2010. As vendas e receitas de trading desceram 27% para 886 milhões de euros no trimestre, segundo a mesma fonte.
John Cryan, CEO do Deutsche Bank, assinala em comunicado que no ano passado "o banco teve o primeiro lucro antes de impostos em três anos". "Apenas os custos relacionados com a reforma fiscal nos EUA no final do ano significou que tivéssemos de registar perdas depois de impostos anuais. Acreditamos que estamos firmemente no caminho de produzir crescimento e retornos mais elevados com uma disciplina duradoura", acrescentou.