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Depois de disparar 77%, Montepio desce 0,66%
Numa sessão vivida praticamente em terreno negativo, o Montepio acabou a ceder 0,66%. Uma correcção muito ligeira face ao avanço de 77% nas duas sessões anteriores. Foi a primeira queda após quatro valorizações seguidas.
As unidades de participação do Montepio perderam hoje meio cêntimo. Uma ligeira desvalorização depois de terem avançado mais de 30 cêntimos nas duas últimas sessões. Em termos relativos, foi uma queda de 0,66% aquela que se seguiu à subida acumulada de 77% de terça-feira e quarta-feira.
Na Bolsa de Lisboa, a queda de 0,66% contrariou a valorização de 0,45% do principal índice da Bolsa de Lisboa, o PSI-20. Com a sessão desta quinta-feira, as unidades de participação fecharam a valer 0,747 euros. Valiam 0,424 euros no encerramento de segunda-feira.
A sessão desta quinta-feira foi feita praticamente sempre em terreno negativo, ainda que as unidades tenham, ainda durante a manhã, tocado nos 0,80 euros.
Houve novamente um volume superior à média. Foram transaccionadas, na sessão, 322 mil títulos da caixa económica comandada por José Félix Morgado, abaixo das mais de 870 mil de ontem, mas o dobro da média diária, nos últimos seis meses, que se fixa em 168 mil unidades trocadas.
Continua sem haver dados públicos sobre o que se passa na instituição financeira. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários tem estado a acompanhar a situação, já que o Montepio está em processo de mudança: o Banco de Portugal determinou a sua transformação em sociedade anónima, o que faz com que o seu capital passe a ser representado por acções. Nesse processo, o fundo de participação do Montepio será extinto, com as unidades de participação a serem convertidas em acções. Segundo a caixa económica, cada unidade de participação dará lugar a uma acção. Assim, a mutualista ficará com 95% do Montepio, ficando os restantes 5% do capital nas mãos dos actuais titulares da instituição. A mudança só ocorre com o registo em conservatória da transformação do Montepio, que ainda não aconteceu.
A par desse processo, tem estado em cima da mesa, com o aval do Governo (que tutela a Associação Mutualista Montepio Geral), a aposta de outros investidores na caixa económica. A Santa Casa da Misericórdia tem sido o nome mais falado, mas só para o final de Junho é esperada uma decisão final por parte da entidade presidida por Pedro Santana Lopes.
A recente valorização do Montepio tem um potencial impacto positivo no balanço da sua dona, a associação mutualista. Nas contas da instituição, o Montepio está avaliada em 1.545 milhões de euros. Quanto maior o valor das unidades de participação, maior será, à partida, o valor das acções que as vão substituir. E as acções é que vão determinar o valor do Montepio enquanto sociedade anónima.