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Costa Pinto: “Há operações na CGD que não entendo, nem nunca entendi”

João Costa Pinto, ex-presidente do conselho de auditoria do Banco de Portugal, diz não entender o porquê de o banco público ter emprestado dinheiro para a compra de ações de outro banco. Um empréstimo a Joe Berardo para comprar ações do BCP foi um dos mais ruinosos para a Caixa.

Tiago Petinga/Lusa
10 de Abril de 2019 às 19:19
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João Costa Pinto, ex-presidente do conselho de auditoria do Banco de Portugal (BdP), afirma não compreender o porquê de a Caixa Geral de Depósitos (CGD) ter avançado com determinadas operações, nomeadamente o financiamento para a compra de ações de outro banco. Este foi o caso do empréstimo a Joe Berardo, que serviu para comprar títulos do BCP e provocou perdas avultadas para a Caixa. 

 

"Há operações que foram conduzidas no banco público que não entendo, nem nunca entendi", afirma João Costa Pinto aos deputados na comissão parlamentar de inquérito à gestão e recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

 

Para o ex-presidente do conselho de auditoria do BdP, "uma coisa é um banco financiar a atividade económica ou imobiliário". Outra coisa é "quando o banco aceita financiar uma operação puramente financeira, como a aquisição de ações de outra instituição de crédito. Isso eu não entendo".

 

"Nem cabe nos padrões normais de avaliação de risco porque o tipo de colateral ou garantia fica dependente de um ativo que por sua vez é suscetível de grandes oscilações no mercado", defende João Costa Pinto, que esteve à frente do conselho de auditoria do regulador entre 2014 e 2018. "É para mim inconcebível que um banco público se envolva em operações de natureza especulativa ou de natureza puramente financeira." 

 

A CGD fez vários empréstimos a Joe Berardo entre julho de 2006 e maio de 2007 para financiar a compra de ações do BCP em plena luta pelo poder no banco. 

 

Na sua audição, Paz Ferreira, antigo presidente do conselho fiscal da Caixa, sugeriu que o empresário Joe Berardo era um "cliente especial e à margem das regras" no banco.

 

"Seguramente que a generalidade das pessoas que está nesta sala tem a perceção que Berardo é um cliente totalmente especial e à margem das regras na Caixa", disse Eduardo Paz Ferreira durante a sua audição na segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD.

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