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Como estão os trabalhos para reforçar a solidez do Montepio

O Banco de Portugal exige que a Caixa Económica Montepio Geral reforce a sua solidez, mas aceita que esta melhoria seja feita com medidas a adoptar pela própria instituição. Caso contrário, terá de haver uma injecção da mutualista. Conheça o nível de execução destas iniciativas

Montepio tem a taxa de juro mais elevada
Entre os bancos que definem a remuneração do depósito em função da relação do cliente, o Montepio oferece o juro mais alto: 1,3%, em média, no prazo de 12 meses. Com um mínimo de investimento de cinco mil euros, o 'Montepio 4D' obriga os clientes a terem pelo menos quatro produtos. Caso contrário, paga 0,25%, em média.
15 de Março de 2017 às 11:53
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Há quatro medidas que o banco do Montepio tem de adoptar para conseguir evitar a necessidade de pedir uma injecção de capital à associação mutualista que é o seu único accionista. Em entrevista ao Negócios, José Félix Morgado, presidente da caixa económica, faz o ponto de situação dos trabalhos destinados a reforçar a solidez da instituição.

Transformação em sociedade anónima concluída em Abril
A transformação da Caixa Económica Montepio Geral em sociedade anónima "está em fase final". Falta "acertar alguns pequenos pormenores em termos de redacção dos estatutos" para incorporar os comentários do Banco de Portugal e da CMVM, revela Félix Morgado, adiantando esperar que o processo esteja concluído "até ao final deste mês, início do próximo. No máximo dos máximos, em meados de Abril". Além de poder ajudar a evitar um aumento de capital da associação mutualista, passar a sociedade anónima permitirá ainda à instituição usar prejuízos fiscais de que, neste momento, não pode beneficiar. "Com a conversão em sociedade anónima podemos ter acesso ao regime de DTA [activos por impostos diferidos], ficando em posição de igualdade com todos os operadores de mercado", diz o banqueiro.

Venda de 1.000 milhões de malparado prevista para Julho
A venda de carteiras de crédito é outra das exigências do Banco de Portugal que a caixa económica tem de cumprir para evitar ter de levantar 150 milhões de euros. A instituição já tem em curso um processo destinado a vender uma carteira de crédito malparado no valor de cerca de 1.000 milhões, adianta Félix Morgado. "É sabido que estamos a trabalhar com o JP Morgan. É uma operação que estamos a preparar e que, em princípio, poderá estar concluída até finais de Julho." Para poder fazer esta venda, a instituição tem vindo a reforçar imparidades para crédito, mas o esforço dos primeiros nove meses de 2016 baixou 36,2% em termos homólogos, para 130 milhões.

Alienação de imóveis está acima do previsto e dura mais cinco anos
O processo de limpeza do balanço da Caixa Económica Montepio Geral passa também pela venda de imóveis. "No que diz respeito à desalavancagem do imobiliário, havia um plano que já vinha de 2014 e que tem estado a ser executado e que vai continuar nos próximos cinco anos. Em 2015, em vendas de retalho, vendemos mais 6% do que estava no plano, e em 2016 mais 68%. A execução está melhor do que estava previsto no plano", garante o líder da instituição. No final de Setembro, a caixa económica tinha uma carteira de 827 milhões de euros em imóveis resultantes do incumprimento de créditos.

Redução da exposição a Angola e Moçambique pode derrapar para 2018
O supervisor exige que o Montepio reduza a sua exposição ao Finibanco Angola e ao moçambicano Banco Terra. "Relativamente ao projecto de desconsolidação das nossas participações em África também está em curso, com as valorizações e com diligências junto dos diversos reguladores", revela o líder da caixa económica. "É um processo que se espera que também venha a concluir-se ao longo deste ano, máximo dos máximos início do próximo ano."
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