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Clientes de retalho: Esclareça as suas dúvidas sobre o BES

O BES já revelou os números do primeiro semestre e já admitiu a necessidade de aumentar capital. Conheça os efeitos da situação do banco para os clientes a retalho.

Bruno Simão/Negócios
Negócios 31 de Julho de 2014 às 16:19
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O banco esclareceu no comunicado dos resultados que os clientes do BES que subscreveram dívida do GES estão protegidos por uma provisão de 856 milhões de euros. Uma protecção que se substitui aos 700 milhões que a Espírito Santo Financial Group tinha garantido, mas que entretanto ficou sem efeito devido ao pedido de protecção de credores que esta sociedade formalizou recentemente.

 

No mesmo documento, o BES reconhece que a dívida do GES subscrita pelos clientes do banco ascende a um total de 3,1 mil milhões de euros, dos quais 1,1 mil milhões de euros dizem respeito a clientes de retalho e dois mil milhões a clientes institucionais.

 

Quem está coberto pela provisão do BES – na sequência das exigências do Banco de Portugal – será ressarcido na maturidade das aplicações ou quando pedir o reembolso.

 

No caso dos clientes que não estejam abrangidos por esta provisão (por não serem classificados de retalho do BES), ficarão abrangidos pelo pedido de protecção de credores entregue aos tribunais luxemburgueses – e aceite – por parte das três sociedades do GES – ES International, ESFG e Rio Forte. Neste âmbito, foi já criada uma associação de clientes, a Abesd - Associação de Defesa dos Clientes Bancários, que reúne já mais de uma centena de clientes do BES e disponibiliza assessoria jurídica. A associação pode ser contactada através do site www.abesd.org ou do email secretariado@abesd.org.

 

No comunicado dos resultados, o BES descreve ainda uma prática de financiamento do banco através da "emissão de obrigações a desconto que [o banco] mantém registadas no balanço ao custo amortizado. Estas obrigações foram adquiridas por clientes de retalho, através de intermediários financeiros e por via de vários produtos, por valores superiores ao respectivo valor de emissão". Estas aplicações – e outras de mais longo prazo – subscritas por clientes de retalho estarão asseguradas pelo banco, cuja actuação neste dossiê já representou um impacto negativo de 1.249 milhões de euros nas contas do primeiro semestre.

 

Adicionalmente, o BES identifica ainda um conjunto de obrigações "com prazos mais

curtos, sobre as quais a expectativa de liquidez não se coloca com tanta acuidade". Neste caso também poderá haver a possibilidade, "que o Conselho de Administração considera improvável", de o banco "vir a ter de proceder à aquisição de uma parte das mesmas". Nesse caso, o prejuízo calculado a 30 de Junho seria de 505 milhões de euros.

 

Tendo em conta todo este diagnóstico, a actual gestão do BES esclarece que "decidiu proceder à revisão de todo o processo de comercialização de instrumentos de dívida própria junto dos clientes de retalho". 

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