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Reestruturação em Espanha leva CGD a agravar prejuízos para 576 milhões (act)

Banco estatal obteve resultados líquidos negativos de 575,8 milhões de euros no ano passado, 46% acima do verificado em 2012, com os custos da reestruturação em Espanha a penalizar as contas da instituição financeira.

Miguel Baltazar/Negócios
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A Caixa Geral de Depósitos fechou 2013 com prejuízos de 575,8 milhões de euros, um agravamento de 46% face ao registado em 2012, anunciou o banco público em comunicado.

 

O agravamento dos prejuízos ocorreu um exercício em que o banco obteve prejuízos de 182,5 milhões de euros em Espanha e os indicadores operacionais do banco se deterioraram, com a margem financeira estrita a recuar 30,8% para 858 milhões de euros, as comissões líquidas a descerem 3,8% para 522 milhões de euros e o produto bancário a recuar 26% para 1.704 milhões de euros.

 

A margem financeira resulta da diferença entre os juros que paga (pelos depósitos) e os que recebe (pelo crédito), sendo que no comunicado com a apresentação de resultados a CGD diz que a nova política de pricing que adoptou “não foi, por enquanto, suficiente para reverter a variação negativa da margem financeira”.

 

Os custos operacionais cresceram 3,3% para 1.394 milhões de euros, com o banco estatal a justificar a evolução com a reposição dos custos com a restruturação em Espanha e a reposição dos subsídios de férias e de Natal. Sem ter em conta estes efeitos, os custos com pessoal da CGD teriam registado uma subida de 1,7% (face aos 7,9% totais), “não alterando a trajectória descendente dos custos de estrutura registada ao longo dos últimos anos”.

 

A pesar nas contas do banco continua o elevado volume de imparidades, apesar do segundo ano consecutivo de decréscimo. As provisões e imparidades totalizaram 1.125 milhões de euros em 2013, 23,7% abaixo do verificado em 2012 (1.475 milhões de euros), ano em que já se tinha verificado uma queda de 10,8%.

 

A imparidade do crédito, líquida de reversões, atingiu 817,8 milhões de euros, contra 1.010 milhões de euros no ano anterior, e as provisões e imparidades de outros activos diminuíram para 307,5 milhões de euros, face a 464,9 milhões de euros no ano de 2012.

 

A CGD justifica a evolução negativa dos resultados com a “fragilidade da actividade económica em Portugal, não obstante a recuperação recente, e pelo ainda elevado custo das provisões e imparidades que, no entanto, registaram um nítido decréscimo”.

 

Os recursos de clientes aumentaram 1,3% para 67,62 mil milhões de euros e o crédito concedido a clientes baixou 5,6%, para 74,54 mil milhões de euros. Uma evolução que permitiu uma descida no rácio de transformação, de 122% em 2012 para 103,6% em 2013.

O financiamento obtido junto do BCE baixou mais de 2.000 milhões de euros, para 6.335 milhões de euros.

 

O rácio Core Tier 1 situou-se em 11,5% no final de 2013 de acordo com os critérios do Banco de Portugal (mínimo de 10%) e nos 9,2% nos termos definidos pela EBA (mínimo de 9%).

 

Espanha penaliza contas

 

A actividade internacional também pesou de forma negativa nas contas do banco, devido sobretudo ao negócio em Espanha.

 

“Um dos aspectos mais relevantes a ocorrer na esfera internacional consiste no profundo processo de reestruturação em curso na operação CGD em Espanha, cuja evolução se encontra alinhada com o acordo estabelecido no âmbito do Plano de Reestruturação”, que passa pelo “redimensionamento da rede e na optimização dos serviços e processos”, refere o banco em comunicado.

 

O banco estatal revelou esta sexta-feira que registou um prejuízo de 182,5 milhões de euros, valor que inclui as perdas do banco local e da sucursal, que passou a concentrar o crédito mal parado da instituição em Espanha.

 

Estes prejuízos reflectem a necessidade de registar imparidades e os custos do processo de redução de pessoal. “O processo de reestruturação em Espanha, que levou à redução de pessoal, teve um custo de 41 milhões de euros”, revelou João Nuno Palma, administrador, em conferência de imprensa.

 

No comunicado com a apresentação dos resultados, a CGD diz que “actividade internacional apresentou um visível contributo para o resultado consolidado do Grupo, destacando-se as unidades situadas em geografias de elevado dinamismo como as da Ásia e África”

As unidades internacionais, excluindo Espanha, deram um contributo conjunto de 99,2 milhões de euros para os resultados, abaixo dos 118,1 milhões de euros do ano anterior.

 

Incluindo Espanha, o contributo internacional foi negativo, em 83,3 milhões de euros, mais do que o valor negativo de 41,3 milhões de euros do período homólogo.

 

(notícia actualizada às 18h00 com mais informação)

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