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CGD sentiu "duas pressões" para dar mais dividendos ao Estado

Manuela Ferreira Leite quis mais remuneração accionista da Caixa mas António de Sousa recusou-se: "A CGD não estava em condições de pagar mais". O ex-líder do banco desdramatiza.

Miguel Baltazar/Negócios
03 de Janeiro de 2017 às 17:23
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Entre 2000 e 2004, houve dois momentos em que a Caixa Geral de Depósitos foi alvo de "pressões" por parte do accionista Estado para entregar mais dividendos, segundo contou, na comissão de inquérito, o então presidente.

 

"Havia uma prática, que não estava escrita, que em princípio, a distribuição de dividendos deve ser de 50% [dos resultados]. Pelo menos uma vez, penso que duas, houve pressões no sentido de ser mais de 50%", contou António de Sousa em resposta ao deputado comunista Miguel Tiago esta terça-feira, 3 de Janeiro.

 

Mas os pedidos de mais remuneração accionista não tiveram resposta positiva. "Resisti a essas pressões porque a CGD não pode fazer aumentos de capital a não ser com dinheiro vindo do Estado", acrescentou o antigo líder da CGD. 

 

"O que temos de explicar é que temos [dividendos a distribuir] ou não. Teríamos de explicar que a CGD não estava em condições de pagar mas porque, senão, haveria risco de inscrição orçamental por precisar de um aumento de capital. As minhas explicações foram aceites e o assunto morreu por si", concluiu António de Sousa na audição parlamentar.

 

Manuela Ferreira Leite, ministra das Finanças de 2002 a 2004, tinha admitido já essa solicitação e tinha também confidenciado que o presidente da administração do banco rejeitara. O segundo momento, que António de Sousa sinalizou ter ocorrido no mandato de Pina Moura (até 2001), não foi especificado.

 

"Já tive também empresas privadas em que me aconteceu exactamente a mesma coisa. O accionista quer mais dividendos e tem direito, porque o capital é dele", admitiu também António de Sousa, que além de presidente da CGD foi governador do Banco de Portugal. 

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