Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

CGD: Bruxelas está em contacto com Lisboa mas cabe ao Governo decidir calendário

A Comissão Europeia e o Governo estão em contacto sobre o processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas o 'timing' da intervenção estatal está nas mãos das autoridades portuguesas, disse à Lusa fonte comunitária.

David Martins/Correio da Manhã
21 de Novembro de 2016 às 14:07
  • ...

"A Comissão está em contacto com as autoridades portuguesas" sobre esta matéria, limitou-se a confirmar esta segunda-feira, 21 de Novembro, à Lusa uma porta-voz do executivo comunitário, quando questionada sobre o anúncio por parte do ministro das Finanças, Mário Centeno, de que a injecção pública de capital na CGD só vai ocorrer em 2017, ao contrário do previsto no acordo de princípio estabelecido em agosto passado entre Bruxelas e Lisboa, que apontava para que a mesma se concretizasse ainda este ano.

 

Fontes comunitárias acrescentaram todavia que o 'timing' (data) da recapitalização é uma decisão que cabe às autoridades nacionais.

 

Na passada sexta-feira, o ministro das Finanças, Mário Centeno, anunciou que "a capitalização da Caixa está em curso, está aprovada e tem um conjunto de medidas importantes para a vida da CGD, que vai ser concretizado", mas "a injecção pública de capital na CGD irá ocorrer no ano de 2017".

 

Nas suas últimas previsões económicas e orçamentais, de 9 de Novembro passado, a Comissão Europeia admitiu que o "impacto potencial" do apoio público ao sector bancário em Portugal é um risco negativo que pode penalizar o cumprimento dos objectivos orçamentais a que o país está obrigado.

 

Apesar de manter que o défice orçamental de Portugal deverá ser de 2,7% do PIB no final deste ano e de antecipar uma queda para os 2,2% em 2017, Bruxelas alertou que os riscos a estas perspectivas orçamentais "estão inclinados para o lado negativo" e identificou, entre outros, "o impacto potencial no défice das medidas de apoio à banca".

 

Em 27 de Julho, numa recomendação da Comissão Europeia ao Conselho no âmbito do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) de Portugal, Bruxelas reiterou a meta que já tinha fixado para o défice orçamental deste ano, de 2,5% (acima da projecção de 2,7%), e sublinhou que esta meta exclui eventuais apoios à banca.

 

Em Agosto passado Mário Centeno estabeleceu um acordo de princípio com a Comissão Europeia sobre a estratégia de recapitalização da CGD em condições de mercado compatíveis com a ausência de uma ajuda de Estado.

 

Com este acordo, o Estado ficou autorizado a realizar um aumento de capital até 2.700 milhões de euros, a transferir as acções da ParCaixa para a CGD no valor de 500 milhões de euros, e a converter em acções 960 milhões de euros de instrumentos de capital contingentes subscritos pelo Estado (CoCos). Ficou ainda prevista a emissão de instrumentos de dívida com elevado grau de subordinação, no montante de cerca de 1.000 milhões de euros.

 

Na proposta de OE2017, o Governo socialista de António Costa afirmou que a injecção de até 2,7 mil milhões de euros na Caixa deverá ocorrer ainda este ano.

Ver comentários
Saber mais CGD Caixa Geral de Depósitos recapitalização da Caixa Bruxelas Comissão Europeia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio