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CEO do Barclays respondeu a email do "chairman". Mas afinal não era ele

Um impostor levou a melhor sobre o presidente executivo do Barclays, deixando-o constrangido ao expor o conteúdo do email que Jes Staley achava estar a enviar ao "chairman" do banco, John McFarlane.

Bloomberg
12 de Maio de 2017 às 01:13
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Jes Staley, CEO do Barclays, que tem sido alvo de fortes críticas devido à sua tentativa de descobrir a identidade de um "whistle-blower" [delator], respondeu a emails de um impostor que se fez passar pelo presidente do conselho de administração do banco britânico, John McFarlane, contou o Financial Times no seu blog Alphaville.

 

O remetente usou o endereço de email John.mcfarlane.barclays@gmail.com, mas Staley nem se apercebeu que não era um email do banco. O falso "chairman" criticava, na mensagem de correio electrónico, um accionista do Barclays que tinha tentado – na assembleia geral anual do banco, na quarta-feira, 10 de Maio - que Staley fosse demitido.

 

Apesar das tentativas em contrário, Staley foi reeleito para comandar a comissão executiva do banco. Mas ao receber aquele email, sentiu-se agradado com o apoio do suposto "chairman", conforme descreve o FT, que teve acesso ao conteúdo da resposta.

 

Staley, CEO do Barclays desde que McFarlane o contratou em finais de 2015, respondeu ao email sublinhando a sua força de carácter e comparando o seu "destemor" ao de Eric Clapton na guitarra.

 

"Você é um homem único, Sr. McFarlane. Veio hoje em minha defesa com uma coragem que não se vê em muitas pessoas. Como poderei agradecer-lhe?", escreveu Staley.

 

E prosseguiu: "Você sabe o que está certo (…). Mistura humor com coragem. Obrigado, John. Nunca subestime o meu reconhecimento do seu apoio. E o meu respeito pela sua astúcia".

 

Will Bowen, porta-voz do Barclays em Londres, confirmou o conteúdo do email e escusou-se a fazer quaisquer comentários adicionais, salienta a Bloomberg.

 

Jes Staley já foi várias vezes instado a demitir-se desde que o banco teve de o repreender publicamente, no mês passado, por insistir em tentar perseguir um delator – mesmo depois de lhe ter sido dito que isso não era apropriado.

 

Na quarta-feira, durante a AG do banco, McFarlane defendeu Staley, comparando o incidente a um condutor que passa um sinal vermelho – e dizendo que uma situação dessas não configura uma ofensa passível de despedimento, acrescentando ainda que Staley "aprendeu a lição".

 

A correspondência electrónica já causou problemas a alguns dos maiores bancos mundiais, constituindo muitas vezes prova, para os reguladores, de má conduta. Os emails falsos podem colocar também um risco de segurança, uma vez que os ciber-criminosos tentam contactar executivos de topo de forma enganosa, na esperança de os levarem a divulgar detalhes pessoais, conforme sublinhou recentemente a Bloomberg.

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