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CDS-PP acusa esquerda de boicotar audições a Vara e Centeno no inquérito à Caixa

O porta-voz do CDS-PP acusou esta sexta-feira PS, BE e PCP de boicotarem as audições pretendidas pelos democratas-cristãos ao ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) Armando Vara e ao actual ministro das Finanças, no âmbito do inquérito parlamentar.

Bruno Simão/Negócios
27 de Janeiro de 2017 às 17:46
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"Há três grupos parlamentares que anunciaram que não viabilizarão mais nenhuma audição para além das quatro que esses grupos propõem, obviamente o PS, o PCP e o BE. O que se passa neste momento, em que o parlamento conseguiu uma decisão histórica da parte do Tribunal da Relação no que diz respeito a acesso à documentação, há três partidos que querem boicotar aquilo que os tribunais consideram ser um poder do Parlamento em representação dos cidadãos", lamentou João Almeida.

 

O deputado falava aos jornalistas nos Passos Perdidos da Assembleia da República após uma reunião de coordenação da Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da CGD e à Gestão do Banco, na qual, segundo João Almeida "a esquerda" rejeitou mais audições além das previstas por considerar que já eram suficientes.

 

João Almeida esclareceu que o CDS-PP irá "exercer todos os direitos potestativos" para ouvir Armando Vara e Mário Centeno, sendo que o PSD tem também oito pedidos de audição pendentes.

 

Os requerimentos para audições vão ser votados na próxima reunião ordinária da comissão de inquérito, quinta-feira, que é presidida pelo social-democrata Matos Correia.

 

O deputado centrista classificou o sucedido como "inédito e gravíssimo", sobretudo da parte de BE e PCP devido às suas posturas anteriores em sentido contrário perante situações semelhantes.

 

Em 18 de Janeiro, o Tribunal da Relação decidiu dispensar o dever de sigilo bancário da CGD, Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, determinando que disponibilizem a informação pedida pelos deputados no âmbito do processo de recapitalização do banco.

 

A comissão de inquérito tomou posse a 5 de Julho e viu o seu prazo prolongado recentemente por mais dois meses. O objecto dos trabalhos visa a gestão do banco público desde 2000, abordando ainda factos que levaram ao processo de recapitalização, aprovado por Bruxelas.

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