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CDS diz que emissão da Caixa dá rendas a "fundos abutres" e paga juros mais altos

O porta-voz do CDS-PP, João Almeida, criticou hoje a emissão de dívida obrigacionista da Caixa Geral de Depósitos (CGD), argumentando que mostra que a recapitalização já custa aos portugueses, com juros superiores e rendas a "fundos abutres". Governo contesta.

23 de Março de 2017 às 16:37
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"Esta emissão é muito pior do que aquela que foi feita pelo Governo anterior, é incoerente com tudo aquilo que os partidos que suportam este Governo sempre disseram e prova que o plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos foi vendido como grande sucesso mas, pouco tempo depois da sua aprovação em Bruxelas, já começa a custar muito aos portugueses", afirmou João Almeida aos jornalistas no Parlamento.

O porta-voz centrista considerou que esta emissão vai "agravar os resultados da Caixa Geral de Depósitos, vai reduzir a receita do Estado e vai dar rendas a fundos privados internacionais, coisa que não acontecia no passado com a Caixa".

"Se no passado os juros que foram pagos pela CGD foram pagos ao Estado, portanto, reverteram para os contribuintes portugueses, agora são pagos a investidores internacionais privados e, portanto, o juro não só é mais alto, como é pago a privados e sai do universo do Estado", sustentou.

João Almeida insistiu na ideia do investimento por "fundos abutres": "Este Governo e esta maioria são o Governo e a maioria que trazem os fundos abutres. Onde estão PCP e BE para denunciar a entrada de fundos abutres na Caixa Geral de Depósitos?".

"Onde estão os deputados para denunciar que a Caixa Geral de Depósitos fez esta emissão na praça do Luxemburgo?", questionou ainda João Almeida.

O comentário do CDS à operação de colocação de dívida do banco público foi repetido pelo deputado centrista João Almeida, no plenário, no debate sobre dívida pública requerido pelo PCP. 

O secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, contestou a leitura feita pelo CDS, argumentando que o juro de 10,75% que a Caixa vai pagar fica abaixo do juro de 12% suportado pelo espanhol Banco Popular, apesar deste banco "ter um rating melhor" do que a Caixa. "Esta é a comparação que devemos fazer", disse Álvaro Novo, sublinhando que devem ser comparadas colocações junto dos investidores privados. 

A CGD emitiu hoje 500 milhões de euros de dívida perpétua junto de investidores institucionais, a uma taxa de juro de 10,75%, segundo fontes ligadas ao processo citadas pela agência Bloomberg.

Em comunicado ao mercado, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) dá conta que o lançamento da emissão ocorreu hoje, pelas 9:00, tinha um intervalo inicial de preço anunciado, entre os 11 e os 11,5%, e que tinha "em consideração os referenciais recebidos nos contactos com os investidores.

(Actualizada com a reacção do Governo durante o debate sobre a dívida pública)
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