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Carlos Costa diz que há "tempo e interessados" no Novo Banco
No Parlamento, o governador do Banco de Portugal garantiu que ainda há "tempo" para concretizar a venda do Novo Banco. Carlos Costa disse ainda que há "interessados" na compra do banco que ficou com os activos bons do antigo BES.
Em declarações feitas esta sexta-feira, 22 de Julho, na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), na Assembleia da República, o governador do Banco de Portugal (BdP) disse, citado pela Bloomberg, que "temos tempo e interessados" no Novo Banco.
Já citado pelo jornal Público, Carlos Costa recordou que o BdP "tem um mandato muito preciso" no que concerne à venda da instituição que ficou com os activos bons do antigo BES, a qual pretende concluir.
Depois de salientar o trabalho "exemplar" feito pela administração liderada por Stock da Cunha e trabalhadores do Novo Banco, Carlos Costa quis deixar uma mensagem de tranquilidade sobre a instituição garantindo que "temos tempo, temos mandato, temos interessados e temos um processo de partilha de informação antes de chegarmos ao processo de negociação".
"O BdP tem um mandato muito preciso e vai executá-lo", acrescentou o governador em resposta a deputados do PSD e do CDS que haviam acusado o Governo chefiado por António Costa de fazer "declarações incendiárias" aludindo à possibilidade de o banco, no prazo de um ano, entrar num processo de liquidação caso até lá não surjam compradores.
No conjunto de documentos enviados pelo Governo para Bruxelas como forma de justificar a não justeza de aplicação de sanções a Portugal por défice excessivo em 2015, o Executivo nacional dizia já ter expressado ao BdP "profunda preocupação com o processo de venda [do Novo Banco], nomeadamente porque o Governo não considera a possibilidade de uma ajuda estatal adicional". Acrescentando que se o processo de venda do Novo Banco não estiver concluído até Agosto de 2017 então "vai entrar num processo ordeiro de liquidação".
Entretanto o ex-primeiro-ministro e a antiga ministra das Finanças, Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque, respectivamente, criticaram a forma como o actual Governo tem gerido a questão do Novo Banco, em particular, e como tem actuado em relação ao sistema financeiro, em geral.
Para Passos "aquilo que se está a passar na véspera de venda do Novo Banco é quase criminoso", e o que se verifica na Caixa Geral de Depósitos "é intolerável". Já Maria Luís Albuquerque sustentou que "a forma como este Governo está a lidar com o sistema financeiro é absolutamente irresponsável e muitíssimo perigosa".
O BdP, que tinha a intenção de fechar até ao final deste mês qual o modelo de venda do Novo Banco, recebeu quatro propostas de compra pela instituição, embora não sejam conhecidos nem interessados, nem os valores das respectivas ofertas.