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Carlos Costa: "Sistema bancário português tem um problema de rentabilidade"

O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, voltou a destacar o problema de rentabilidade dos bancos que actuam no mercado português e reafirmou a necessidade de criar um veículo de titularização de crédito hipotecário.

Bruno Simão/Negócios
22 de Julho de 2016 às 12:38
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"O sistema bancário português tem um problema de rentabilidade", constatou no Parlamento o responsável, considerando que o mesmo resulta de três questões fundamentais.

 

Desde logo, o sobredimensionamento das instituições financeiras face à realidade envolvente, marcada por um período longo de quebra da actividade económica que afectou o tecido empresarial e de redução do rendimento das famílias.

 

Depois, há a questão de "uma parte do activo [dos bancos] que é rígido, marcado pelas longas maturidades e indexado às taxas Euribor", que se encontram em mínimos históricos, afectando a margem financeira dos bancos.

 

Por último, o governador apontou o dedo "à parte dos activos (cerca de 30 mil milhões de euros) que não são produtivos", isto é, "mobilizam capital mas não geram rendimento".

 

Segundo Carlos Costa, que falava durante a sua audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), estas três condicionantes implicam que os bancos, sendo menos rentáveis, consigam atrair menos capital.

 

Também ficam "menos capazes de responder às necessidades de financiamento da economia", sublinhou, realçando ainda a grande dificuldade que os bancos têm em recompor a sua estrutura accionista, vincando que o valor de mercado dos bancos cotados está "em desconto".

 

De resto, o governador voltou a insistir que o programa de assistência económica e financeira não foi executado na sua plenitude, uma vez que ficou por ser constituído um "veículo de titularização de crédito hipotecário".

 

E destacou: "O BdP insistiu junto da troika sobre a necessidade de constituir este veículo, mas o mesmo não avançou" durante a execução do programa de resgate.

 

"Sempre defendemos que devia ter sido constituído um veículo para esse efeito, com garantia supranacional porque a garantia estatal não seria suficiente para esse efeito", assinalou.

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