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Carlos Lobo: Como é que justifica a um investidor que a discussão na CGD seja sobre a declaração do CEO?
O tax director da E&Y defende a necessidade de informação "certa e consolidada" para aumentar a credibilidade do país. "Se um país melhorar a sua infraestrutura financeira transmite mais confiança", defendeu.
Carlos Lobo, tax director da E&Y, criticou esta quarta-feira, 23 de Novembro, o facto de a discussão sobre a Caixa Geral de Depósitos se centrar na declaração de rendimentos do presidente, numa altura tão crítica em que o banco se prepara para a recapitalização.
"Como é que justifico a um investidor que a maior instituição financeira portuguesa está prestes a fazer uma recapitalização e a discussão se centra no facto de o CEO apresentar ou não a sua declaração de rendimentos?", questionou.
As declarações do antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais foram proferidas no painel dedicado à banca, na Grande Conferência Anual do Jornal de Negócios, em que a credibilidade foi um tema central do debate. "São este tipo de situações que minam a credibilidade", acrescentou.
Carlos Lobo defendeu que a informação é crucial para a credibilidade e que, em Portugal, "tendemos a sobrevalorizar o Orçamento".
"Temos de ir mais fundo. Temos de analisar todo o instrumento de decisão financeira", concretizou. "Há mais de 10 anos que estamos para fazer a reforma da administração pública. Mas nunca é prioridade", afirmou.
O responsável explicou que, se fizermos esta reforma, "ficamos a par dos países mais credíveis" que já a fizeram, como é o caso da Nova Zelândia, Reino Unido, Suíça, Estados Unidos e França.
"Os investidores precisam de informação certa e consolidada" sobre as contas do país. "Se um país melhorar a sua infraestrutura financeira transmite mais confiança", defendeu Carlos Lobo.
Sobre o Orçamento do Estado para 2017, o tax director da E&Y afirmou que é de "total estabilidade fiscal", não tendo existido "nenhum radicalismo na política fiscal". "A grande novidade é que não teve grandes novidades", sustentou.